Polícia de SP recupera última obra levada da Pinacoteca

Folha de S.Paulo - Terça-feira, 19 de agosto de 2008

ter, 19/08/2008 - 10h07 | Do Portal do Governo

Folha de S.Paulo

A Polícia de São Paulo apresentou ontem à tarde a gravura “Minotauro, Bebedor e Mulheres”, do pintor espanhol Pablo Picasso. Foi o último dos quatro quadros roubados da Estação Pinacoteca no dia 12 de junho a ser recuperado.

O quadro foi encontrado intacto por policiais do 34º Distrito Policial (Vila Sônia, na zona oeste) na noite de sexta-feira, na altura do km 15 da rodovia Raposo Tavares, após um telefonema anônimo, às 18h40.

A polícia disse não ter divulgado a descoberta na sexta porque o quadro precisaria passar por análise de autenticidade -feita na manhã de ontem.

O local onde a obra foi achada é próximo à favela Paraisópolis (zona oeste), que havia sido cercada desde o fim da manhã de sexta, quando uma primeira ligação informou à polícia que a gravura estava ali. Nenhum suspeito foi preso na operação.

Segundo a polícia, a obra foi deixada próximo à rodovia pelos ladrões, que teriam ficado “acuados” após o cerco à favela. Embora as pistas tenham chegado à polícia por meio de ligações anônimas, a Secretaria da Segurança Pública exaltou o “trabalho de inteligência”, que o secretário Ronaldo Marzagão chamou de “paradigma de investigação”. A polícia chegou a divulgar, em 7 de agosto, que a obra estaria na zona leste.

Segundo o delegado do 34º DP, André Antiqueira, a obra estava a 50 metros de uma passarela, embrulhada em plástico-bolha e papel pardo, atrás de pés de eucalipto -o local exato descrito na denúncia.

A gravura de 29,5 cm por 36,5 cm, avaliada em US$ 5.000, foi entregue ao diretor do museu, Marcelo Araújo. “É original. Nem foi tirada da moldura”, disse Araújo, exaltando o “cuidado” dos ladrões em preservar a gravura, que ele reconheceu ontem pela manhã.

A polícia suspeita que os ladrões tenham roubado as obras sem ter a quem vendê-las. “São amadores em relação à arte”, disse o diretor do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), Aldo Galiano.