Poli faz 110 anos de olho em internacionalização

O Estado de S. Paulo - 25/08/2003

seg, 25/08/2003 - 10h57 | Do Portal do Governo

Escola cria projeto para 2015 e festeja chegada de alunos que estudaram na França

Orgulhosa de sua história e tradição, mas de olho no futuro, a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) completou 110 anos ontem. Um dos pontos altos da comemoração é o Projeto Poli 2015, que traçará os caminhos da faculdade para os próximos anos. Além disso, a escola festeja o retorno da primeira turma de alunos que ficou dois anos na França, para obter o diploma duplo, e a criação do curso de Engenharia Ambiental.

Segundo o diretor da Politécnica, Vahan Agopyan, um dos principais objetivos do Poli 2015 é propor transformações para que a escola se integre mais com a sociedade e se comprometa com o desenvolvimento sustentável, sob os aspectos econômico, social e ambiental. ‘Queremos que a Poli continue sendo uma referência nacional e internacional no ensino de engenharia’, diz Agopyan.

Para o ex-diretor da Poli e atual diretor presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Francisco Romeu Landi, coordenador do Poli 2015, o projeto surge num momento em que o mundo está em transformação e a tecnologia evolui muito rapidamente. ‘Por isso, nossos professores devem estar atualizados para ensinar as novas tecnologias que surgem’, diz. ‘E, mais do que isso, olhar para a frente e antecipar as tecnologias que serão criadas.’

O foco está direcionado para os futuros engenheiros. ‘Nós definimos com clareza o aluno que pretendemos formar’, diz Agopyan. ‘Ele terá sólida base científica e tecnológica, combinada a uma formação ética e humanística. Esse profissional deverá ainda ser preparado para desenvolver uma grande capacidade de auto-aprendizado e adaptação e ter sensibilidade para problemas sociais, do meio ambiente e qualidade de vida.’

Diploma – Não é só o aniversário que é motivo de comemoração na Poli. A escola também festeja a chegada da primeira turma de estudantes, que ficou dois anos na Escola Central de Lion, na França. Em contrapartida, alunos franceses vieram estudar na Poli no mesmo período.

Trata-se de uma parceria por meio da qual os estudantes, tanto os brasileiros como franceses, recebem diploma duplo. Para isso, eles concluem seus cursos com um ano a mais de estudos – seis em vez dos cinco normais, dos quais dois no exterior.

A dupla diplomação também é motivo de orgulho na Poli. ‘Ela tem dado resultados positivos na divulgação de nossa instituição no exterior’, comemora o professor Adnei Melges de Andrade, presidente da Comissão de Relações Internacionais e diretor do Departamento de Recursos Humanos da USP. ‘No início do ano saímos na revista de maior circulação da França, L’Express, que elogiou o alto nível de nossos alunos participantes do projeto.’

Para os estudantes beneficiados pelo programa, a experiência é enriquecedora. Que o diga Eric Pasquatti, um dos 11 alunos que acabam de voltar. ‘É uma oportunidade maravilhosa, que ajuda a enriquecer o currículo’, destaca. ‘Mas não é só. Como experiência, também é muito gratificante.’

Mesmo para os alunos que não fazem parte do programa do diploma duplo, estudar na Poli alarga os horizontes. ‘Quando a gente chega aqui, recebe uma carga muito grande de informações’, diz Eduardo de Proença Edueta, de 20 anos, aluno do 2.º ano de Engenharia Mecânica. ‘O curso é muito puxado, mas a gente sai bem formado. Sem falar que, como a Poli é da USP, a gente pode aproveitar tudo que a universidade oferece.’

Evanildo da Silveira