O Estado de S. Paulo
A Polícia Militar armou um verdadeiro esquema de guerra para o clássico de ontem. E quem passasse por perto do Palestra Itália e não soubesse que lá teria jogo, iria se assustar. Mais de dois mil policiais trabalharam na partida que decidiu o Palmeiras como finalista do Estadual e eles obtiveram sucesso. Nenhuma grande briga foi registrada.
Desde que foram definidos os semifinalistas do torneio, o Palmeiras lutou para fazer o jogo decisivo em seu estádio. A princípio, a Federação Paulista de Futebol havia dito que não havia chances de a partida ser realizada no Palestra. Mas após laudos técnicos, a PM garantiu que a decisão poderia ser no estádio alviverde.
Os policiais tomaram seus postos antes mesmo do meio-dia. Parte da rua Turiaçu foi fechada e os palmeirenses só podiam passar com ingresso na mão. O mesmo foi realizado nas ruas Padre Antonio Tomás, Teixeira e Souza, e Barão de Tefé, na entrada dos são-paulinos.
Dentro do estádio, outra preocupação da PM era em relação à divisão dos torcedores. São-paulinos e palmeirenses, no entanto, se comportaram bem. ‘Nenhuma ocorrência foi registrada, nenhum cidadão teve prejuízo à sua integridade física’, disse o tenente-coronel Carlos Botelho, responsável pela segurança do clássico. Após o duelo, a torcida tricolor aguardou uma hora nas arquibancadas do estádio antes de ir embora. E deixaram o Palestra cabisbaixos com a desclassificação.
INGRESSO FÁCIL
Os cambistas fizeram a festa nas imediações do estádio, sem a interferência da PM. Um ingresso, que custava R$ 40,00 no dia da venda, terça-feira, saía por no mínimo R$ 50,00 nas mãos dos cambistas ontem – alguns pediam até R$ 70,00. Semana passada, o Estado denunciou a venda dos ingressos e informou que, segundo os cambistas, pessoas do próprio Palmeiras repassavam as entradas para eles.
A reportagem também comprou o ingresso de um cambista, para a torcida do São Paulo, que aparentava ser falso, já que a data da compra era do dia 26 de abril, sábado. E ele passou sem nenhum problema pela catraca do estádio.
A BWA, responsável pela venda e produção dos ingressos, não descartou a hipótese de que a entrada pudesse ser falsa. Mas também deu uma desculpa para o erro, caso ela fosse verdadeira: problema no computador que gera o ingresso.
C.M.