Situações de risco são expostas. Para polícia, comportamento da vítima é decisivo
Uma cartilha ilustrada com situações de risco de assaltos a pedestres será distribuída pela Polícia Militar em toda extensão da Avenida Paulista. A distribuição, que será realizada nos próximos dias, é uma medida preventiva para reduzir furtos e roubos na via. Segundo a PM, o comportamento da vítima é um fator decisivo para a ação do criminoso.
Nas páginas do encarte, o público será alertado sobre três tipos de delito mais frequentes na região da Paulista no último ano: ladrões dentro de ônibus municipais, nas portas de estacionamentos particulares e de shoppings e pessoas sendo abordadas por suspeitos a pé ou em bicicletas.
Segundo o capitão Genivaldo Antônio, da 1ª Companhia do 11º Batalhão (Liberdade), o objeto mais visado no local é o celular. O oficial conta que a corporação já identificou quem tem praticado esses crimes. Ele atribui as ações principalmente a adolescentes que moram, na maioria das vezes, em casarões abandonados da Bela Vista, no centro. Andam em dupla ou estão em bicicletas.
Desde o começo do ano, sete pessoas – entre elas menores – foram detidas em flagrante. A reportagem apurou com a Polícia Civil que diariamente dois casos de furto são relatados por vítimas em delegacias da área: 4º Distrito Policial (Consolação), 78º DP (Jardins) e 36º DP (Paraíso). Só na 1ª Companhia, compreendida pela Bela Vista e Paraíso, foram 19 casos de roubo desde janeiro.
Para o capitão Antônio, a Paulista já foi pior no ranking de ocorrências. Atualmente ela perde para as ruas Brigadeiro Luís Antônio e Vergueiro. “Faz um tempo que temos a intenção de lançar a cartilha. Queríamos criar mecanismos para o cidadão ter uma postura mais correta”, explica.
De acordo com o policial, a Polícia Militar tem feito patrulhamento também com bicicletas, para coibir ação de menores. ” Assim que eles (adolescentes) sobem a Paulista, a gente intercepta.”
Reflexo
As bicicletas, segundo ele, acabam sendo retidas até que o ‘possível’ dono prove que ele é realmente o proprietário. Em sua avaliação, os pontos onde o pedestre precisa ter mais atenção estão na esquina da Rua Brigadeiro Luís Antônio e imediações do Masp, até a Rua da Consolação.
Mapeamento recente feito pela corporação mostra que o crime também migrou para ruas paralelas, caso da Treze de Maio, que recebeu um dos supedâneos (bases elevadas da PM) removido da Paulista.
A cartilha, confeccionada com a colaboração de outras instituições, deve ser entregue, até dezembro, em outras importantes avenidas de São Paulo. No entanto, o local será definido de acordo com o índice criminal referente aos últimos meses.
Fique atento
Criminosos preferem mulheres sozinhas e idosas com algum tipo de dificuldade em mobilidade
Alvos principais nas ações são aparelhos celular e bolsas
Os horários dos assaltos são em três turnos: das 7h às 9h; das 18h às 20h e das 22 às 23h, principalmente quando ocorre saída de funcionários de shoppings, universidade e lanchonetes da Avenida Paulista
Abordagens são realizadas nos pontos de ônibus, estações da Linha Verde do Metrô e na calçada. Há casos de saidinha de banco, quando o ladrão observa quem faz saques
Grupo anda em dupla e ou procura suas vítimas de bicicletas