Pisando no acelerador do desenvolvimento

O Estado de S. Paulo - Artigo - Quarta-feira, 31 de março de 2004

qua, 31/03/2004 - 9h36 | Do Portal do Governo

Geraldo Alckmin

O governo do Estado de São Paulo dá mais um passo significativo para melhorar a qualidade de vida dos paulistanos e gerar milhares de empregos.

Iniciamos hoje as obras de ampliação do Metrô de São Paulo, que vai ganhar 2,9 quilômetros, entre as estações Ana Rosa, Chácara Klabin e Imigrantes.

Nessa região moram mais de 400 mil pessoas, população equivalente à de Sorocaba, uma das maiores cidades do interior do Estado. Elas terão, a partir de meados de 2006, um transporte de alta capacidade e confiabilidade, além de beneficiar, igualmente, os moradores das Vilas Afonso Celso, Pedro II, Gumercindo e Jardim da Glória.

Através da Linha 2, os moradores do Ipiranga e região poderão ter acesso direto ao centro financeiro de São Paulo, localizado no espigão da Paulista, e ao maior complexo hospitalar da América do Sul, liderado pelo Hospital das Clínicas e pelo Instituto do Coração. Com a transferência nas estações Ana Rosa e Paraíso, os 35 mil novos usuários poderão atingir as demais linhas do Metrô, rumo às zonas sul, no Jabaquara, norte, no Tucuruvi, oeste, na Barra Funda, e leste, em Itaquera.

Além desta, o Metrô inicia nos próximos dias a construção de outra, extremamente importante: a Linha 4 (Amarela). Ela é denominada ‘Linha da Integração’, porque vai cruzar com todas as outras do Metrô, mais uma da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Partindo da Vila Sônia, na região do Butantã, rumo ao centro da cidade, a Linha 4 cruzará a Linha C da CPTM, aquela dos trens espanhóis, na Marginal do Pinheiros, em local próximo da Avenida Rebouças. Dali seguirá para o espigão da Paulista, onde fará conexão com a Linha Verde, Ana Rosa-Vila Madalena; a seguir, passará pela Praça da República, ligando-se à Linha Vermelha, Leste-Oeste (Itaquera-Barra Funda) e, finalmente, chegará à Estação do Metrô no bairro da Luz, integrando-se à Linha Azul, Norte-Sul (Jabaquara-Tucuruvi), e também a três linhas da CPTM: E (Expresso Leste), A (Luz-Francisco Morato) e D (Luz-Rio Grande da Serra).

O ano de 2003 foi repleto de dificuldades. Mesmo assim, conseguimos passar um ‘pente fino’ nos gastos do Estado, para aplicar melhor cada centavo do dinheiro público, e pisar no acelerador do desenvolvimento, sem onerar a população com novas taxas e aumento de impostos.

Para levar o Metrô da estação Ana Rosa até a estação Imigrantes, junto à Avenida Ricardo Jafet, vamos investir nos próximos três anos R$ 462 milhões, aí incluída a construção da estação Chácara Klabin. Só neste ano, aplicaremos R$ 111 milhões, dinheiro já reservado no orçamento do Estado, para que as obras possam ser tocadas de forma rápida e segura. Esta tem sido uma preocupação permanente do governo do Estado, para não deixar obras paradas, que são sempre as mais caras, pois gastam montanhas de dinheiro público e não servem para nada.

Para diminuir os transtornos à população, a extensão iniciada hoje começa num poço já existente no canteiro central da Rua Vergueiro, próximo da estação Ana Rosa. Lá começa a escavação de dois túneis, de seis metros de diâmetro, que cortarão os bairros da Vila Mariana e Chácara Klabin, aflorando próximos da Avenida Ricardo Jafet, para atingir a estação Imigrantes, em elevado.

Em nova etapa a ser iniciada depois de 2006, seguiremos novamente com os túneis em direção às estações Ipiranga e Sacomã, rumo à Vila Prudente, criando uma nova alternativa de Metrô para a populosa zona leste.

O Metrô é um empreendimento caro que consome parcela significativa dos recursos disponíveis para investimento no Estado. Mas é aplicação correta do dinheiro público, pois transporta milhões de pessoas, rápida e confortavelmente, contribuindo muito para aliviar o congestionamento de trânsito na cidade. Por isso é sistema de transporte preferido por 93% dos paulistanos.

Dando prioridade ao transporte de massa sobre trilhos, nos últimos nove anos o governo paulista construiu, sem alarde, 22 quilômetros de Metrô em trechos alternados. Isso é o equivalente à Linha Leste-Oeste, a mais extensa da rede. Demos continuidade a obras abandonadas, como os trechos Santana-Tucuruvi e Itaquera-Guaianazes (hoje operado pela CPTM). Construímos a Linha 5, entre Capão Redondo e o Largo 13, em Santo Amaro, e remodelamos diversas linhas ferroviárias da CPTM. Essa prioridade é tão grande que em 2004, apesar da estagnação da economia, que se reflete de forma marcante na arrecadação do Estado, o Metrô se expande com a construção simultânea de duas linhas.

Nos últimos 15 meses, o governo estadual investiu R$ 164,2 milhões no Metrô.

Desse montante, R$ 106,7 milhões foram aplicados nos três primeiros meses de 2004. Trata-se de um valor significativo que não tem paralelo em todo o Brasil, nesse mesmo período.

Avançar com duas linhas de Metrô pelo subsolo de São Paulo é mais um desafio para a nossa engenharia, que vai gerar 30 mil empregos, diretos e indiretos.

É, sobretudo, um grande desafio para a capacidade empreendedora do Estado e uma demonstração de confiança no futuro do País.

Geraldo Alckmin é governador do Estado de São Paulo