Periferia vai ganhar ‘Fábrica de Cultura’

O Estado de S. Paulo - Terça-feira, 1º de junho de 2004

ter, 01/06/2004 - 9h44 | Do Portal do Governo

Projeto visa a combater violência entre jovens; Estado e BID vão investir R$ 95 milhões

VLADIMIR GOITIA

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o governo do Estado de São Paulo vão investir US$ 30 milhões (cerca R$ 95 milhões) na construção de nove Fábricas de Cultura, projeto para reduzir a violência entre jovens em bairros periféricos.

O anúncio foi feito ontem, pelo governador Geraldo Alckmin. Segundo ele, as Fábricas contarão com cinemas, anfiteatros e bibliotecas. Mas ‘nada têm a ver’ com os Centros de Educação Unificados (CEUs) da prefeita Marta Suplicy.

‘O CEU é uma escola formal. A fábrica será um complemento da escola, que é o que os pedagogos recomendam, porque terá maior número de ambientes de estudo e de entretenimento’, disse Alckmin.

A primeira Fábrica de Cultura deverá ser concluída no fim do ano. Sapopemba, Guaianases, Itaim Paulista, Vila Curuçá, Jardim São Luís, Capão Redondo, Brasilândia, Jaçanã e Cachoeirinha serão os bairros beneficiados.

Três estão programadas para o primeiro semestre de 2005 e outras três para o segundo semestre de 2006. Os locais para a construção dos centros foram definidos com base no Índice de Vulnerabilidade Juvenil (IVJ), da Fundação Seade. O índice foi criado para auxiliar na escolha na área de intervenção, cujo objetivo é a inclusão social.

Critérios – O IVJ considera, em sua composição, os níveis de crescimento populacional e a presença de jovens entre a população, além de freqüência escolar, gravidez e violência entre jovens e adolescentes.

O BID vai entrar com US$ 20 milhões, e o Estado, com US$ 10 milhões. A estimativa do governo é que 300 mil pessoas sejam beneficiadas de forma direta a cada ano e mais de 1 milhão de forma indireta.

O projeto será monitorado e avaliado pelo banco. Dependendo dos resultados, poderá ser adotado em toda a América Latina.