Ana Maria Barbour
Pelo terceiro ano consecutivo, o estado de São Paulo não registra casos de raiva em humanos. A Secretaria Estadual de Saúde afirma que isso se deve principalmente a um noto tipo de tratamento, implementado em 2000 e considerado o mais moderno do mundo.
O último caso ocorrido, e que acabou resultando em óbito, foi registrado em 2001, quando uma mulher foi mordida por seu gato – que estava contaminado pela doença – e não procurou ajuda médica. O animal havia caçado um morcego que tinha raiva. Antes disso ocorreu uma morte am 1997. De acordo com dados da Secretaria de Saúde, cerca de 5,2 milhões de cães e gatos foram vacinados no ano passado.
O tratamento atual teve início em 2000, quando a secretaria verificou que era possível haver reações neurológicas adversas à vacina antiga. Assim, o estado passou a comprar no exterior um imunobiológico mais puro e de melhor qualidade.
Menos doses
O órgão responsável pela distribuição da vacina no estado é o Instituto Pasteur, que iniciou a imunização contra a raiva em 1975. Até 2000 para que uma pessoa ficasse imune à doença, após ser mordido por um mamífero, era preciso receber cerca de 40 injeções na barriga. Com o novo método são necessárias somente cinco doses no braço.
As doses são aplicadas em casos de pré-exposição – pessoas que tiveram qualquer tipo de acidente com mamíferos, como cães, gatos e morcegos. Mas também estão disponíveis em casos de pré-exposição à veterinários, funcionários de canis, laçadores de cães e ecoturistas. Nesse último caso, são aplicadas apenas três doses.
Campanha
As campanhas de vacinação contra a raiva ocorrem, geralmente, em agosto. Apesar de a doença ser conhecida como doença do cachorro louco, também é importante que se leve os gatos para tomar a vacina. Isso porque os felinos são mais predadores e estão mais sujeitos a morder um morcego contaminado, por exemplo.
De acordo com o Instituto Pasteur, até 1998 a principal preocupação era com os animais domésticos. A partir daquele ano, foram detectados 32 casos de raiva entre cães e gatos, sendo praticamente todos originários de vírus encontrados em morcegos.