O Estado de São Paulo
Usuários passam por detectores de metais; há rodízio entre estações
Juliano Machado
Abrir bolsas e mochilas para serem revistadas costuma incomodar quem tem de passar por essa situação, que vem sendo adotada pelo Metrô desde a semana passada, quando houve uma série de suspeitas de bomba não-confirmadas em estações. Mas a maioria dos passageiros não demonstra constrangimento. Aliás, até aprova a iniciativa. ‘Estamos numa época que é preciso desconfiar de tudo. E quem não deve não teme’, afirmou o vendedor João Ronaldo dos Santos, de 61 anos, na Estação Ana Rosa, conexão das Linhas 1 (Azul) e 2 (Verde).
Lá foram postos quatro detectores de metal fixos e quatro portáteis, com os agentes de segurança. Se a pessoa portar um objeto com quantidade de metal equivalente à de um pequeno celular, um sinal é emitido e ela é parada para revista.
Um agente de segurança contou que a receptividade tem sido tão boa que uma idosa questionou por que não foi abordada. ‘Tive de explicar que não trazia objeto suspeito.’ O empresário Carlos Cunha, de 53, foi revistado por PMs na entrada da estação e por agentes do Metrô na catraca. Não considerou invasão de privacidade. No entanto, comentou que, ‘se isso continuar por muito tempo, vamos chegar a uma paranóia, como nos Estado Unidos’.
As Assessorias de Imprensa do Metrô e da PM não informaram até quando será mantido esse esquema nem o atribuem aos falsos alarmes. O Metrô diz que os detectores são usados desde 2002, mas em situações como dias de jogos. Atualmente as outras estações com os equipamentos – há um rodízio entre elas – são a Sé (com 6), Paraíso e Clínicas (4 cada) e Marechal Deodoro (2).