Regularização do traçado evitará que a ação de turistas e da chuva provoque erosão
Comprometidas pelo número cada vez maior de visitantes, as trilhas do Parque Estadual de Ilhabela estão sendo recuperadas por meio de uma parceria entre a entidade ambientalista ilhabela.org e a Natura. O projeto, que conta com o apoio da prefeitura de Ilhabela e do Instituto Florestal, responsável pelo parque, inclui a regularização do traçado, adoção de sinalização, monitoria e manutenção das trilhas do Pico do Baepi e Cachoeira da Pancada D’Água.
Essas trilhas são algumas das maiores atrações do parque, que cobre 86% de uma das maiores ilhas oceânicas brasileiras. No entanto, a administração do local não tem condições de fiscalizar ou restringir o número de visitantes.
A regularização do traçado vai evitar que a passagem dos turistas e a ação das chuvas provoquem erosão nas encostas das montanhas, cobertas por mata atlântica.
Segundo Ricardo Anderaus, da ilhabela.org, foram investidos R$ 30 mil em obras de melhoria da estrutura física e sinalização das trilhas, que serão inauguradas no próximo sábado. ‘Essas trilhas são muito usadas, sem que haja levantamentos estatísticos sobre freqüência e capacidade de carga. Por isso, durante a temporada de verão, voluntários farão a manutenção e monitoramento do uso, com relatórios semanais, que servirão de subsídios para uma segunda etapa, que seria o controle efetivo do acesso às trilhas pelo Instituto Florestal’, disse.
Voluntários – Para apoiar os estudos técnicos, estudantes dos cursos de Agronomia, Engenharia Florestal, Ecologia, Biologia e Turismo do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) farão, em janeiro, reparos nas duas trilhas e avaliação do impacto do ecoturismo. Em fevereiro, voluntários vão fazer mutirões de limpeza nas trilhas. Todas as informações coletadas, assim como dados sobre o desenvolvimento do projeto, poderão ser encontrados na internet, no endereço www.ilhabela.org/trilhas.
Todas as etapas do trabalho contam com supervisão da responsável pelo parque, Kátia Biagini, e do engenheiro florestal Waldir Joel de Andrade, pesquisador científico do Instituto Florestal e responsável pelo Parque Estadual dos Mananciais de Campos do Jordão. ‘A ilhabela.org sensibilizou o setor privado e conseguiu fazer os poderes públicos municipal e estadual trabalharem coordenadamente na defesa do meio ambiente. Esse é um dos papéis destinados ao terceiro setor na lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e um modelo a ser seguido’, acredita a coordenadora do Departamento Jurídico da Fundação SOS Mata Atlântica, Elci Camargo.
(Maura Campanili / Agência Estado)
