Parceria de Estado com Município limpa córregos

JORNAL DA TARDE

seg, 13/04/2009 - 9h38 | Do Portal do Governo

Depois das más notícias trazidas pelas recentes enchentes provocadas por um temporal sem precedentes na cidade, está sendo dada uma boa nova aos paulistanos: até o fim do ano que vem, a Prefeitura de São Paulo e o governo do Estado de São Paulo, em parceria, vão despoluir mais 58 córregos na cidade. Na primeira etapa, iniciada em março de 2007 e concluída há pouco, o programa despoluiu totalmente 28 córregos e recuperou mais 14. Esse trabalho de instalação de rede coletora de esgotos, limpeza e canalização de leitos beneficiou pelo menos 800 mil moradores das vizinhanças desses cursos d’água, que se viram livres das pragas das enchentes e também da proliferação de transmissores de várias doenças. As duas fases do programa custarão ao Município e ao Estado R$ 400 milhões nas duas fases, que beneficiarão 4 milhões de paulistanos.

A parceria, que sempre dá bons frutos, funciona neste caso da seguinte forma: a Prefeitura se encarrega da limpeza dos córregos, contenção e manutenção de margens, verificação de interferências em bocas de lobo e galerias e atendimento às famílias que precisam ser removidas para a realização das obras. Também é encargo municipal a fiscalização das ligações de esgoto. Cabe ao Estado cuidar do prolongamento das redes de esgoto, da ampliação das ligações domiciliares e da manutenção e monitoramento das redes. A comunidade não fica vendo o poder público trabalhar de braços cruzados. As autoridades municipais e estaduais incentivam a população a mudar de hábitos – como evitar o despejo de lixo nas ruas e encostas -, além de informarem sobre a correta utilização do sistema de coleta de esgoto e de galerias de águas pluviais. Além de ajudar na despoluição de córregos, esse trabalho de educação básica contribui para evitar que se percam os investimentos públicos no Projeto Tietê e na despoluição do Rio Pinheiros.

O Programa Córrego Limpo é mais uma iniciativa que corre o risco de ver seus efeitos benéficos se perderem, caso estes maus hábitos sejam mantidos pela população. O esforço de retirar sedimentos, rochas e lixo (como pneus, móveis e outros utensílios domésticos) dos córregos e rios que cortam a cidade pode perder-se após a primeira chuva forte. Nas enxurradas provocadas pelos temporais, como o último, que provocou alagamentos em vários pontos da cidade, paralisando completamente o trânsito, as águas dos córregos levam para os Rios Tietê e Pinheiros milhares de garrafas PET, sacos plásticos, pneus e outros materiais poluentes, que também ajudam a represar os cursos.

Esse trabalho importante de conscientização da população sobre os danos causados aos fluxos de rios e córregos pelo despejo de lixo neles precisa ser complementado com a ampliação da coleta de lixo nas favelas. Outra providência importante para impedir que as chuvas fortes inutilizem estas obras de despoluição é a regularização dos loteamentos clandestinos.