Parceria contra o crime

Jornal da Tarde - Sexta-feira, dia 12 de janeiro de 2007

sex, 12/01/2007 - 11h21 | Do Portal do Governo

Jornal da Tarde

A decisão dos governadores José Serra, de São Paulo, Aécio Neves, de Minas Gerais, Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, e Paulo Hartung, do Espírito Santo, de unir esforços para melhorar o combate ao crime na Região Sudeste, a mais rica e populosa do País, é um grande passo para concretizar a velha idéia de parceria entre os Estados nesse setor, considerada essencial para resolver o problema.

Numa primeira reunião do grupo, no Rio, foi acertada a criação de um gabinete de gestão integrada de segurança pública, com representantes das Polícias Civil e Militar, que se reunirá a cada mês em uma das capitais. Ele deverá facilitar a troca de informações e experiências, caminhando para a integração dos seus serviços de inteligência dos quatro Estados. A Polícia Federal e a Receita Federal serão convidadas a participar do grupo e partilhar suas informações com ele.

O entrosamento entre os governadores se consolidou num segundo encontro, também no Rio, quando aprovaram um documento a ser enviado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva com propostas para a ajuda que no entender deles o governo federal deve dar. Entre elas, está o aumento dos efetivos da Polícia Federal nos Estados da região para um combate mais efetivo ao tráfico de armas e drogas. Pedem também a reposição dos recursos dos Fundos Nacionais de Segurança Pública e Penitenciário previstos para 2007, para que voltem aos valores do ano passado, e que não sejam contingenciados.

São propostas razoáveis, numa demonstração de que os governadores estão de fato interessados em melhorar a segurança pública. Não em se valer da situação para obter ganhos políticos, colocando o governo federal em posição difícil com pedidos mirabolantes. É de se esperar que o presidente entenda isso e aja com o mesmo espírito de colaboração.

Várias tentativas anteriores de integrar os serviços de inteligência dos Estados e do governo federal malograram, apesar de sua óbvia necessidade, basicamente por incapacidade dos governantes de superar disputas de poder e prestígio. A atual iniciativa parece ter boas possibilidades de êxito, por incluir um número restrito de governadores que demonstram ter afinidades. Se eles forem persistentes e tiverem êxito, darão importante contribuição à luta contra o crime.