Para viver do centro e da arte

O Estado de São Paulo - Sexta-feira, dia 23 de junho de 2006

sex, 23/06/2006 - 11h51 | Do Portal do Governo

Estão abertas as inscrições para o programa de residência artística Atelier Amarelo, na Luz

LUZ

Procura-se artista plástico, com projeto inovador, que tenha especial interesse por conviver com uma das áreas mais tradicionais e degradadas da capital. A frase não é um anúncio oficial, mas poderia ser uma das formas de resumir a oportunidade lançada pela Secretaria de Estado da Cultura para os interessados em participar da segunda edição de um programa pioneiro.

O Projeto Atelier Amarelo, programa de residência artística com curadoria de Maria Bonomi, foi realizado pela primeira vez em 2005. No edição pioneira, a experiência proporcionou uma reviravolta na vida de oito artistas. As inscrições para os novos interessados em mergulhar na vida artística e no cotidiano do centro da capital vão até 14 de julho.

O Atelier Amarelo funciona em um inspirador casarão no bairro da Luz. Foi lá que a rotina do artista plástico Chico Coelho, de Piracicaba, interior do Estado, teve literalmente uma transformação desde maio do ano passado. Durante oito meses, ele se mudou para São Paulo e passou a viver artes plásticas 24 horas por dia, sete dias por semana. Foi o único profissional do interior entre os 12 selecionados pela Secretaria de Estado da Cultura. Como não tinha residência na capital, passou a morar na sede do projeto. Com os colegas, participou de workshops, oficinas e cursos.

Pela janela do sobrado, deparava-se diariamente com outra realidade, bem diferente do ambiente de árvores e passarinhos a que estava acostumado. Viu como funcionava a vida noturna de uma área degradada, que passa por um processo de recuperação. Tomou café da manhã com boêmios e viu “toda a fauna da noite da região”. Assim, teve in loco uma aula de sociologia. Ao voltar para Piracicaba, deixou a vida de artista recluso e fez da casa um ponto de encontro dos colegas e de exposição de arte.

Para a segunda edição, serão escolhidos oito projetos. A novidade é que aumentou a participação do interior – serão quatro, mesma quantidade da selecionados da capital. O objetivo de ter mais cidades é que a experiência do ateliê coletivo de artistas, interagindo entre si e com o entorno, possa ser transmitida e frutificar em outras regiões do Estado e mesmo do País, em edições futuras.

No caso da primeira edição, todos os participantes direta e indiretamente foram absorvidos, “com apreço”, na vida profissional e artística da cidade. Segundo os organizadores estão em galerias de arte, em exposições e salões estaduais e federais, além de se tornarem destaques qualificados em concursos e bolsas de estudos.

INSCRIÇÃO

Desta vez, cada concorrente poderá inscrever apenas um projeto. Os interessados devem retirar as fichas de inscrição e o edital na Unidade de Preservação do Patrimônio Cultural dos Museus, setor de expedição, na Rua Mauá, 51, 2.º andar, sala 201, das 10 às 12 e das 13 às 17 horas, de segunda a sexta-feira. Também é possível inscrever-se pelo site www.museus.sp.gov.br.