Para pacientes especiais

Vejinha

seg, 26/10/2009 - 8h12 | Do Portal do Governo

Novo hospital atende deficientes físicos, amputados e vítimas de AVC

Diagnosticado com um tipo de paralisia cerebral congênita que compromete o movimento das pernas, o garoto Carlos Eduardo, de 1 ano e 7 meses, só começou a engatinhar e a escalar objetos há um mês. ‘Cada passo dele é uma grande conquista para nós’, conta a professora Andreia Rita Porto Campos, mãe do menino. Desde agosto, Cadu frequenta sessões de equoterapia num aparelho que simula os movimentos de um cavalo na ala infantil do recém-inaugurado Hospital da Rede de Reabilitação Lucy Montoro, no Morumbi. É o primeiro hospital do estado dedicado a tratar especificamente de tetraplégicos, paraplégicos e amputados, além de vítimas de acidente vascular cerebral (AVC) e traumatismo cranioencefálico.

Com oitenta apartamentos individuais, vinte consultórios e uma ala de diagnóstico de 1 000 metros quadrados, a estrutura foi planejada para fazer cerca de 12 000 atendimentos por mês. Todos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Casos maisgraves e vindos do interior paulista terão prioridade de internação. As ótimas instalações do prédio de onze andares e 13 500 metros quadrados pertenciam até julho ao Centro de Vivência Hiléa, um asilo para a classe AAA que fechou as portas. O governo do estado comprou o edifício por 50 milhões de reais e gastou outros 12 milhões de reais em equipamentos. Alguns são inéditos na rede SUS, como o teletermógrafo, que permite diag¬nosticar doenças que acometem tetraplégicos e paraplégicos, e um estimulador magnético transcraniano, desenvolvido para in¬centivar o movimento dos pacientes. ‘Parte do investimento veio de economias com internação e tratamento de acidentados no trânsito, depois que a Lei Seca passou a vigorar’, afirma a secretária estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Linamara Battistella.

O Lucy Montoro será o maior de dezesseis centros com inauguração prometida para até o fim de 2010 em outras cidades, como Campinas e São José do Rio Preto. Estima-se que existam 2 milhões de deficientes físicos no estado passíveis de tratamento. São pessoas como o estudante de educação física de Indaiatuba Guilherme Iglesias, de 24 anos, que ficou tetraplégico em 2006, depois de sofrer um acidente de moto. Uma vez por semana, ele vem a São Paulo para utilizar uma bicicleta ergométrica especial. Por meio de estímulos elétricos, o aparelho permite pedaladas a quem não tem movimento nos membros inferiores. Assim como Iglesias, outros pacientes comemoram avanços. Paraplé gico desde 1998, o paulistano João Carlos Lopes melhorou a postura depois que sua cadeira de rodas foi adequada ao seu tipo de problema. Ele se exercita ainda numa espécie de suspensório que o mantém de pé para caminhar na esteira. ‘É tão bom poder me movimentar de novo que chego até a cansar.’