Para Metrô, incidentes não foram relevantes

Folha de S. Paulo

qua, 17/11/2010 - 16h01 | Do Portal do Governo

Estatal diz que eventual problema de comunicação não agravou caos

Companhia afirma que divulgou informações que eram importantes sobre a paralisação de setembro na linha 3

O Metrô minimiza a relevância dos relatos registrados em documentos técnicos e diz que eles não permitem conclusões definitivas sobre a paralisação na linha 3.
A estatal afirma que “as informações relevantes e diretamente ligadas a essa ocorrência” “foram amplamente divulgadas” e que uma “análise parcial” “com base em trechos de relatórios” pode ficar “fora do contexto”.
Segundo a companhia, “eventuais interferências na comunicação” com as equipes do CCO (Centro de Controle Operacional) “não foram determinantes para os seus desdobramentos”.
A Folha ouviu de um operador da linha 3 que, logo após a paralisação, a empresa mudou os procedimentos para impedir a parada dos trens entre Pedro 2º e Sé -na altura do equipamento X-21.
Os trens, segundo ele, só saem agora de Pedro 2º se houver previsão, nos picos, de que podem chegar à Sé sem parar no caminho.
O X-21 fica em um trecho em curva onde os trens inclinam para a direita. Por isso, trabalha-se com a hipótese de os corpos dos passageiros de um vagão superlotado terem forçado a porta para esse lado, motivando um sinal de de que ela estava aberta.
A investigação também avalia possível falha no sensor de fechamento de portas.
A estatal não comentou as mudanças entre Pedro 2º e Sé. Só informou que “medidas operacionais são adotadas para minimizar estas ocorrências [parada do trem antes de chegar à plataforma], principalmente em estações mais carregadas”.
O Metrô diz que a parada do trem 309 antes de chegar à Sé não é uma “falha”.

BLUSA
Em nota, a companhia afirma ter informado na ocasião que “não houve falha técnica” e que a blusa presa na porta “foi a responsável pela perda de indicação de porta fechadas, mas jamais a causa do colapso da linha”.
A estatal também diz que “em nenhum momento afirmou que houve sabotagem” -a hipótese foi aventada na época pelo governador Alberto Goldman (PSDB).
Na versão do Metrô, “a presença de técnicos na cabine é um procedimento de rotina para a realização inspeções regulares para monitorar desempenho dos trens”.
Ele não comentou a possibilidade de os problemas de oscilação de velocidade terem tido alguma influência.
A estatal afirma que também considerou correta a ação operacional adotada pelos funcionários para verificar a blusa presa na porta.
E, segundo ela, “as passarelas e saídas de emergência estão de acordo com os rigorosos padrões de segurança exigidos para a operação”.