Pesquisa feita para ajudar a desenvolver remédios mostra a diferença dos gostos entre a garotadaUma pesquisa realizada por uma nutricionista da Universidade de São Paulo USP indicou que crianças com idades entre 7 e 10 anos sentem 0,4 vezes menos o gosto amargo e seis vezes mais o gosto ácido dos alimentos e líquidos do que as crianças de 2 a 6 anos. O objetivo da pesquisa é ajudar no desenvolvimento de remédios que não agridam o paladar dos mais novos.
Segundo a nutricionista Hellen Daniela de Souza Coelho, realizadora da pesquisa, alguns remédios deixam um gosto amargo na boca das crianças e com o tempo as faz criar resistência para tomá-los. ‘Um remédio um pouco amargo pode ser aceito por uma criança em idade escolar, mas provavelmente não será por uma em idade pré-escolar’, explica a nutricionista.
Ela diz ainda que, nas meninas em idade pré-escolar, a possibilidade de percepção ao estímulo amargo cresce em 1,8 vezes. A pesquisa não detectou nenhuma variação de sensibilidade no paladar, incluindo o gosto salgado e doce dos alimentos, de meninos e meninas obesos.
Os testes foram realizados em 376 crianças e foi considerado o maior já realizado no Brasil sobre o tema. As crianças provaram copos com água pura e com água misturada a sacarose, sal, ácido cítrico ou cafeína. A criança tinha que descobrir onde estava a mistura, que tinha sua concentração aumentada a cada prova. ‘A idéia era saber qual a menor quantidade para ela perceber a solução.’
Para convencer as crianças a participar do teste, Hellen precisou inventar uma história. Ela contou aos baixinhos que os habitantes de um planeta distante haviam perdido o sabor das coisas. Então, fizeram uma viagem a uma terra conhecida como Saborlândia para recuperar os sabores perdidos. Na volta, a nave deles sofreu um acidente por causa da chuva e todos os gostos resgatados se misturam à água. Só as crianças poderiam ajudar os seres a recuperar os sabores.
