Palácio Boa Vista reúne História

ValeParaibano - São José dos Campos - Sexta-feira, 7 de maio de 2004

sex, 07/05/2004 - 9h42 | Do Portal do Governo

Residência oficial de inverno do governador de São Paulo faz 40 anos; prédio de 105 cômodos abriga um museu aberto à visitação pública

Este ano, um dos mais importantes pontos turísticos de Campos do Jordão completa 40 anos de inauguração: o Palácio Boa Vista, que foi construído para abrigar a residência oficial de inverno do governador do Estado de São Paulo e hoje também abriga um museu de arte.

Passear pelas salas e corredores do Palácio Boa Vista é fazer uma verdadeira viagem no tempo. Do estilo arquitetônico, inspirado nos castelos montanheses da Inglaterra do século 16, passando pelo mobiliário dos séculos 17 e 18 até as obras de arte do século 20, visitar o palácio é uma aula cultural, onde cada detalhe exposto tem uma história para contar, a começar pelo próprio prédio.

Inaugurado em 21 de julho de 1964, o Palácio Boa Vista demorou 26 anos para ser concluído. O início das obras aconteceu em 21 de abril de 1938 pelo então interventor do Estado de São Paulo, Adhemar de Barros, que convidou o arquiteto alemão Jorge Ptzrembel para realizar o projeto do palácio.

Em 1970, sob iniciativa do secretário da Fazenda de São Paulo, Abreu Sodré, o palácio teve as portas abertas ao público.

Foi ainda em 1970 que o palácio se tornou o primeiro palco de um dos eventos que se tornariam um marco da cidade: o Festival de Inverno.

‘Em julho daquele mesmo ano, Abreu Sodré passou uma temporada na cidade com alguns convidados e chamou a concertista Guiomar Novaes para fazer um recital para eles. A partir daí, o festival se tornou uma tradição, no começo muito elitista, aberto somente para os convidados do governador até chegar ao que é hoje, um evento que movimenta toda a cidade’, disse a monitora de museus Vera Lúcia Teixeira de Faria, que explicou que o festival ficou no palácio até 1979, com a inauguração do Auditório Claudio Santoro, onde até hoje são realizadas as apresentações.

Visitação

De quarta a domingo e nos feriados, por R$ 5, o público pode apreciar as obras expostas no museu em uma visita guiada por monitores que explicam toda a história do acervo.

Nos 36 cômodos abertos à visitação – no total o palácio tem 105 – que até hoje servem de residência oficial de inverno para o governador de São Paulo, estão expostos mobiliário dos séculos 17 e 18, cuidadosamente arrumados nas salas, quartos e escritórios do palácio.

Lustres em cristal Bacará, porcelanas da Companhia das Índias e da França e prataria italiana completam a viagem pelo tempo nos cômodos do museu onde até o piso é uma obra de arte, que, trabalhado pelos alunos do Liceu de Artes e Ofícios, de São Paulo, apresenta desenhos variados em madeiras de tons diferentes, entre elas, o pau-brasil.

Mas a visita ao palácio não vale apenas pela oportunidade de conhecer a casa dos governadores na serra ou mobílias antigas. Parte da história brasileira do século 20, principalmente dos modernistas, figuram nas paredes do museu.

‘Os quadros estão arrumados em ordem cronológica, desde os modernistas da Semana de Arte Moderna, em 22, até o pluralismo da arte dos anos 70’, disse Vera.

Entre as mais de 400 obras, podem ser conferidos telas de artistas como Anita Malfati, Tarsila do Amaral, Portinari, Di Cavalcanti, Rebolo e Vicente do Rêgo Monteiro.

‘Um dos quadros de destaque é o quadro da Anita Malfati chamado ‘Retrato de Lalidre’, de 1917, que deu origem ao artigo ‘Paranóia ou Mistificação’ em que Monteiro Lobato criticou a obra da artista’, disse Vera.

Serviço

Palácio Boa Vista – Avenida Doutor Adhemar de Barros, 3001, Alto da Boa Vista.
Horário para visitas: de quarta-feira a domingo e feriados, das 10h às 12h e das 14h às 17h.
Ingressos: R$ 5 (inteira) e R$ 2,50 (estudantes e pessoas acima de 60 anos).
Menores de 10 anos não pagam.
Informações: (0xx12) 3662-1122