País terá fábrica de vacina antigripe

Diário do Grande ABC - Santo André - Quinta-feira, 4 de março de 2004

qui, 04/03/2004 - 9h24 | Do Portal do Governo

Valéria Cabrera, da Redação

O Instituto Butantan, em São Paulo, vai construir uma fábrica para produção de vacina contra a gripe, a primeira da América Latina. A fábrica terá capacidade para produzir as 17 milhões de doses necessárias para atender a demanda anual de idosos na rede pública nacional de saúde. Este ano, o Fujian, subtipo de vírus influenza, que provoca a gripe, e que apresenta sintomas mais fortes, deverá chegar mais cedo ao Brasil, assim como aconteceu no Hemisfério Norte, principalmente nos Estados Unidos.

O novo vírus, que foi identificado no Brasil logo após o Carnaval, provavelmente trazido por turistas, ainda não chegou ao Grande ABC, segundo o médico pneumologista Elie Fiss, professor titular da Faculdade de Medicina do ABC. ‘Várias pessoas apresentaram quadros virais no fim do mês de fevereiro que não foram, no entanto, provocados pelo Influenza. Foi outro vírus que provocou vários casos de resfriado’, afirmou.

A construção da fábrica está orçada em R$ 50 milhões, verba que será liberada pelo Governo do Estado (R$ 16 milhões, para a construção do prédio) e pelo governo federal (R$ 34 milhões, para compra de equipamentos). O prédio ficará em uma área de 2 mil m² dentro do Instituto Butantan, que hoje já produz a vacina com matéria-prima francesa fornecida pela multinacional farmacêutica Aventis Pasteur. As obras devem começar ainda este ano e ser finalizadas no fim de 2005 ou começo de 2006.

O presidente da Fundação Butantan, Isaías Raw, disse que o instituto se tornará auto-suficiente na produção de vacinas contra a gripe quando a fábrica estiver pronta. O Butantan começou a produzir vacina contra a gripe a partir de 2000, após um acordo firmado entre o instituto, o Ministério da Saúde e o laboratório Aventis Pasteur, que começou a transferir a tecnologia necessária para a fabricação das doses.

A partir de 2007, a campanha de vacinação gratuita já deverá ser feita com produção exclusivamente brasileira.