Pacientes viram alunos em hospitais

Jornal da Tarde - Segunda-feira, dia 19 de junho de 2006

seg, 19/06/2006 - 11h22 | Do Portal do Governo

Crianças afastadas das aulas por problemas de saúde podem continuar a estudar nas classes hospitalares

Mudar de escola nem sempre depende só da vontade dos pais ou do aluno. Às vezes, uma doença grave pode obrigar a criança a deixar o colégio e passar um longo período internada. Para não perder os estudos e até ajudar na sua recuperação, algumas unidades de saúde criaram o projeto chamado “classes hospitalares”. Com o programa, os estudantes passam a freqüentar as aulas sem precisar sair do ambiente hospitalar.

No Hospital Infantil Darcy Vargas, da secretaria estadual de Saúde, desde 1995 pacientes entre 6 e 17 anos não abandonam a sala de aula enquanto precisam dar atenção total para saúde. Nos ambulatórios ou até no leito, oito professores se misturam aos médicos e utilizam os livros, a lição de casa e as provas no tratamento das crianças.

“A assistência médica é feita em paralelo com a escola. Quem procura o hospital pensa só em atendimento clínico. Mas as doenças não comprometem apenas o corpo, como também a estrutura emocionais O estímulo da educação é um excelente incentivo, pois apesar dos problemas, a idéia é que o paciente tenha uma vida normal. A prática aumenta a auto-estima e ajuda inclusive a reduzir o tempo de internação”, afirmou o diretor do hospital, Sérgio Saburro.

Para contemplar a necessidade de cada aluno, os professores do hospital entram em contato com a escola de origem do paciente e desenvolvem um plano de ensino, de acordo com o período que ele vai passar no hospital. Quando é possível, as aulas são oferecidas em grupo. Além do Darcy Vargas, outras cinco unidades de saúde também desenvolvem o programa “classes hospitalares”. São elas: Hospital Infantil Cândido Fontoura, Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, Hospital do Servidor Público Estadual, Hospital Emílio Ribas e Hospital Geral de Pirajussara.