Osesp mostra ópera de Strauss

Folha de S. Paulo

ter, 08/09/2009 - 12h54 | Do Portal do Governo

Fundamental no repertório germânico, “O Cavaleiro da Rosa” foi visto pela última vez em SP em 1959

Sob regência de sir Richard Armstrong, orquestra faz três récitas com apoio de coro, 21 vozes e solistas de renome internacional 

“O Cavaleiro da Rosa”, de Richard Strauss (1864-1949), é uma das mais engenhosas e engraçadas óperas do repertório germânico. Estreia amanhã, com a Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), na Sala São Paulo, em apenas três récitas. Será regida por sir Richard Armstrong (ex-titular das Óperas Escocesa e Galesa).

Embora sem cenários e figurinos, os cantores atuarão sob a direção cênica de André Heller-Lopes, que já fez neste ano com a orquestra paulista um belo “Falstaff”, de Verdi.

A ópera de Strauss, que o compêndio de Gustave Kobbé lembra ser a mais encenada entre as alemãs estreadas no século 20, foi vista em São Paulo em apenas duas oportunidades: em 1915 e, nota o pesquisador Sérgio Casoy, em 1959, há 50 anos, e mesmo assim numa única apresentação. 

A história, com libreto do dramaturgo austríaco Hugo von Hofmannsthal (1874-1929), é ambientada na Viena do século 18, onde a princesa Von Werdenberg, a Marechala (mulher de um marechal), de 32 anos, tem como amante o jovem Octavian, de 17. O casal é interrompido ao despertar, no início do primeiro ato, pelo grosseiro barão Ochs, um parente da princesa que pretende se casar com Sophie, filha de um novo rico nobilitado.

Mas quem acaba conquistando Sophie é Octavian, depois de peripécias que envolvem familiares e intrigantes profissionais, numa virada de enredo marcada pelo altruísmo da Marechala. Também são primordiais os papéis de Ochs (“Ochse” é boi, em alemão), que tenta seduzir Octavian -interpretado por uma soprano, que se veste de mulher para se disfarçar de camareira da amante. É o engraçadíssimo retravestimento de um papel travesti, já experimentado anteriormente por Mozart com Cherubino, o personagem adolescente de “As Bodas de Fígaro”.

Strauss concebeu seu “Der Rosenkavalier” como um imenso concerto em 3/4, o ritmo da valsa, o que provoca um contraste mágico entre a leveza da música e a pesadíssima orquestra -112 instrumentistas, pelas indicações da partitura.

O elenco é composto por 21 vozes. A Marechala será cantada pela soprano alemã Anne Schwanewilms. Octavian será feito pela soprano americana Kristine Jepson e Ochs será interpretado pelo baixo alemão Franz Hawlata. 

O Cavaleiro da rosa
Quando: amanhã, às 19h30, sexta, às 20h, e domingo, às 16h
Onde: Sala São Paulo (pça. Júio Prestes, s/nº, tel. 0/xx/11/3223-3966)
Quanto: R$ 30 a R$ 104
Classificação: 8 anos