Os planos do trem expresso para o ABC

O Estado de São Paulo - Sexta-feira, dia 7 de julho de 2006

sex, 07/07/2006 - 11h28 | Do Portal do Governo

Secretário espera que percurso logo passe a ser feito em 15 minutos

Daniel Gonzales, LUZ

Vir do ABCD à capital ou fazer o trajeto inverso em apenas 15 minutos parece um sonho para quem circula pela Linha D (Luz-Rio Grande da Serra) da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) todos os dias. O projeto para tornar isso possível, no entanto, já existe. A previsão é de que as obras comecem no próximo ano e o novo sistema esteja em funcionamento em 2010. Nos moldes do Expresso Leste, que parte da Estação da Luz e chega a Guaianases em 20 minutos, a Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos vai lançar o trem Expresso Sudeste. O intervalo médio, nos horários de pico, deve ser de 6 minutos – nas demais linhas da CPTM, o intervalo é de 9 minutos.

Ele funcionará ao lado da atual Linha D, mas buscará atender, principalmente, 75% dos 290 mil passageiros diários que usam a extensão só para ir e voltar do ABCD, principalmente da cidade de Santo André. Para estes, não “interessa” o pinga-pinga dos trens em Estações como Ipiranga, Mooca, Prefeito Saladino, Utinga ou Capuava, entre outras.

O novo trem expresso vai partir da região da chamada Integração Centro – Estações Barra Funda, Luz e Brás – e depois fazer apenas quatro paradas, nas Estações Tamanduateí (que será, pelo plano de expansão do transporte metropolitano, integrada à Linha 2-Verde do Metrô no ano que vem), São Caetano, Santo André e Mauá.

Segundo o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, as quatro estações passarão por profundas reformas e em nada lembrarão as atuais, modernizadas pela última vez na década de 70. “Outras não serão nem reformadas. Vamos colocá-las abaixo e construir estações completamente novas.”

A obra, segundo ele, não é complicada porque não vai exigir adaptações. Sairá muito mais barata do que a mesma extensão de Metrô. “Teremos no centro áreas com mezaninos para a transferência entre linhas, escadas rolantes, elevadores e bilheterias blindadas”, afirma.

ALTERAÇÕES

O projeto vai exigir ajustes nos locais atuais das estações e pelo menos duas delas, as de Santo André e Mauá, serão deslocadas em relação às paradas atuais, em distâncias que variam de 100 metros a 160 metros. Como atualmente ocorre na Linha F da CPTM, que vem passando por um processo de construção de novas estações e modernização de outras, o tráfego normal de trens não será interrompido na Linha D quando o Expresso Sudeste começar a ser implementado, segundo o secretário. “Isso é um desafio mas estamos conseguindo conciliar a operação”.

É justamente essa obra, ao lado da conclusão da primeira fase das obras da Linha 2-Amarela (Luz-Vila Sônia) do Metrô, prevista para terminar em 2008, a prioridade da secretaria neste momento. Mas, como para elas já há recursos, não será difícil para o próximo governador de São Paulo, segundo Fernandes, arrumar dinheiro para o Expresso Sudeste sair do papel. “Como se trata de uma obra relativamente barata, a um custo de R$ 9 milhões por quilômetro, já que não haverá desapropriações, a execução será tranqüila”.

Uma linha de Metrô tem custo médio de R$ 110 milhões por quilômetro. Toda a implementação do Expresso Sudeste – construção de trilhos, compra de trens e reforma completa de estações – está orçada em R$ 617,9 milhões.