Operação Pharma prende quadrilha interestadual

Jornal da Tarde - São Paulo - Quarta-feira, 25 de agosto de 2004

qua, 25/08/2004 - 9h42 | Do Portal do Governo

Foram detidos cinco integrantes de um grupo organizado que tem ramificações em São Paulo, Minas, Paraná e Rondônia. O esquema despejava 150 kg de cocaína, por semana, na Zona Leste

RITA MAGALHÃES

A Operação Pharma deflagrada há três meses pelo Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) resultou na prisão de cinco integrantes de um grupo organizado de narcotraficantes com ramificações nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rondônia. O esquema despejava na Zona Leste da capital 150 quilos de cocaína por semana.

O bando foi preso na madrugada de quinta-feira na balsa que faz a travessia de São Sebastião a Ilhabela, Litoral Norte. Os cinco homens iam em direção a uma casa alugada, onde refinariam 4,5 quilos de pasta-base de cocaína. O objetivo do bando era multiplicar dez vezes o peso da droga com a adição de substâncias químicas. A droga e toda a substância utilizada na mistura foram apreendidas.

Entre os presos estão Joabe Pinto Rabelo, 52 anos, líder do bando e irmão do deputado federal cassado Jabes Rabelo, e Homero Marcos Xavier Dias, 45. A prisão de Homero, o Luís, levou o Denarc a confirmar o envolvimento de empresários ligados ao ramo de produtos farmacêuticos na rede do narcotráfico, suspeitas investigadas há cerca de um ano.

Dias é dono da Nova Pharma Comércio de Produtos Químicos e Farmacêuticos, com sede em Uberlândia MG. Era Dias quem fornecia para a organização as substâncias lidocaína e cafeína usadas para multiplicar o peso da cocaína.

Foi monitorando as atividades de Homero que os policiais chegaram em Milton Padilha Martins, 33 anos, o Paulinho. Ele e Joabe dividem a liderança, ocupando o topo da pirâmide no organograma da quadrilha. Milton era o financiador e articulador das operações do bando.

Diretamente ligado aos dois está Ronnie Petterson de Moraes Yoshida, 24 anos, o Japonês. Ele era ao mesmo tempo o peão e o laranja do bando. Cabia a ele o recebimento, entrega e o transporte das drogas e do dinheiro ilícito. Todos os carros da quadrilha eram registrados no nome dele.

Comandando uma das pontas de distribuição da droga está Maurício Eduardo Said, o Turquinho, de 34 anos. Ele era o homem responsável por pulverizar os 150 kg semanais de cocaína entre diversos médios e pequenos traficantes daquela região e da cidade de Sorocaba, no Interior. Alexandre Schoenfeld, o Champagne, braço direito de Maurício, é o único integrante do bando identificado que está foragido.

A Operação Pharma é resultado do primeiro trabalho conjunto da Polícia Civil, Ministério Público e Judiciário. Quatro promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a juíza-corregedora do Dipo, Ivana David Boriero, acompanharam todos os passos da investigação.