Oito satélites vão rastrear ladrões

Diário de S. Paulo - 02/01/2003

qui, 02/01/2003 - 12h01 | Do Portal do Governo

Equipamentos fazem parte da ampliação do setor de inteligência da polícia, anunciado como prioritário, com investimento de R$ 200 milhões

O secretário estadual de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, afirmou ontem que vai dar prioridade ao setor de inteligência da polícia em 2003, para poder desvendar crimes com maior facilidade. Segundo ele, o investimento total no setor será de R$ 200 milhões. Segundo Saulo, a secretaria conseguiu um empréstimo internacional a fundo perdido e vai colocar outros R$ 50 milhões de investimento na área de inteligência.

Estão sendo comprados equipamentos israelenses, americanos e franceses que devem chegar ao estado ainda em janeiro. Em novembro de 2002, a secretaria criou o Departamento de Inteligência da Polícia (Dipol) para centralizar as ações. O objetivo é intensificar escutas telefônicas e fazer rastreamento por satélite. Segundo Saulo, o Governo estadual já tem quatro satélites e ficará com oito.

O rastreamento é comum em casos de seqüestros: quando o seqüestrador se comunica com a família, a polícia rastreia o número do telefone e localiza a região de onde foi feita a ligação. Saulo disse que os novos equipamentos vão ajudar a diminuir também casos de roubos de cargas e de veículos. “Qualquer movimentação de bandido, vamos saber antes e chegar com antecipação”, garantiu o secretário.

Outra meta do Governo estadual na área de segurança é, em dois anos, remover todos os presos dos distritos policiais da Capital. Segundo o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, existem hoje 7,6 mil presos em cadeias de distritos policiais. “Queremos ter delegacias sem uma cadeia nos fundos com risco de rebelião.”

Saulo também fez um balanço da segurança no estado em 2002. Segundo ele, o número de seqüestros caiu em 70% e houve redução também nos índices de roubo em geral, roubo de veículos e homicídios. “O importante é que a sensação de insegurança das pessoas também diminuiu”, afirmou.

O seqüestro é o crime que mais preocupa a polícia. Em 2000, foram 63 casos. No ano seguinte, os casos aumentaram para 306. Em 10 de dezembro de 2002, a Divisão Anti-Seqüestro tinha 309 ocorrências no ano passado.

Regina Terraz