Obras premiadas nas Bienais de São Paulo em mostra no MAC

O Estado de S. Paulo - São Paulo - Quinta-feira, 18 de novembro de 2004

qui, 18/11/2004 - 9h55 | Do Portal do Governo

Museu apresenta seleção de 100 trabalhos adquiridos desde os anos 50

Camila Molina

Aproveitando a 26ª Bienal de Arte de São Paulo – que pode ser vista até dia 19 de dezembro no Parque do Ibirapuera, o Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC) organizou há meses uma exposição que percorre a história das Bienais de Arte. Em seu acervo há 215 obras premiadas no evento que movimentou as artes plásticas no Brasil desde a década de 50. Delas, 100 estarão presentes na mostra Prêmios Bienais, que será inaugurada hoje à noite na sede do museu, na Cidade Universitária.

Como diz a curadora, Elza Ajzenberg, diretora da instituição, a exposição apresenta um ‘recorte não só de peças, mas uma discussão sobre premiações’. Como afirma Elza, é uma oportunidade de ver obras que poucas vezes, no histórico do museu, foram mostradas juntas e de aprender um pouco sobre a trajetória e contexto dos trabalhos no cenário artístico. As premiações nas categorias pintura, desenho, gravura e escultura representaram ‘momentos de aplausos, pressões, torcidas e celeumas’, segundo a curadora.

Para se ter uma idéia, as premiações não foram uma atividade que caminhou em linha reta. Já na primeira Bienal de São Paulo, em 1951, elas ocorreram, foram distribuídas para Roger Chastel na categoria pintura e para o suíço Max Bill na escultura – nessa atual mostra, sua peça, Unidade Tripartida, não estará presente porque foi emprestada para a exposição Beyond Geometry: Experiments in Form 1940-70, nos EUA. Prêmios foram outorgados até a década de 70, pararam, e foram retomados em 1989 para depois se extinguirem. Uma ‘sala de reflexão’ foi montada no MAC para contar essa história e nela estarão fotografias e documentos numa imensa plotagem, além de imagens de todas as obras já premiadas e que participaram de Bienais (quando o museu foi criado, em 1963, recebeu doação da coleção de Ciccillo Matarazzo e sua esposa, Yolanda Penteado, e peças do antigo Museu de Arte Moderna – desse conjunto, 400 obras estiveram presentes nas Bienais).

Como se pode ver nessa exposição, houve a influência das correntes em voga no exterior – o abstracionismo; o aparecimento de obras primitivas na Bienal, no caso, de Heitor dos Prazeres; e a aquisição de peças históricas como Estrada de Ferro Central do Brasil, óleo sobre tela de Tarsila do Amaral, de 1924, e Triângulos Opostos pelos Vértices, Retângulo, Quadrados, Barras, de Sophie Taeuber Arp , de 1931, são alguns exemplos.

Serviço – Prêmios Bienais no Acervo MAC USP. MAC. R. da Reitoria, 160, Cidade Universitária, 3091-3039. 10h/19h (sáb., dom. e fer., até 16h). Grátis. Até 30/1/2005. Abertura hoje, às 19h, para convidados