Do Jornal da Tarde
O secretário estadual dos Transportes, Mauro Arce, disse ontem que as obras do trecho sul do Rodoanel devem finalmente começar após a Semana Santa. ‘Por volta do dia 15 de abril, mais ou menos.’ Apesar de não confirmar oficialmente, Arce tratou como uma proposta bastante realista a cobrança de pedágio no Trecho Oeste como uma forma de ajudar a financiar a próxima etapa do empreendimento.
Orçada em R$ 3,4 bilhões, a construção da pista ligando a Rodovia Régis Bittencourt à Avenida Papa João XXIII, em Mauá, conta inicialmente com R$1,84 bilhão – oriundo da recente venda da exclusividade no gerenciamento da folha de pagamento estadual ao Banco Nossa Caixa – e R$ 1,2 bilhão esperados de aportar vindos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da União. ‘Vamos ter que buscar essa complementação. E uma das possibilidades é iniciar a concessão do Trecho Oeste. Isso geraria recursos para completar a obra’, argumentou o secretário.
Lembrando que ainda não há nenhuma definição sobre o modelo de cobrança, o chefe da pasta dos Transportes na gestão José Serra (PSDB) listou as possibilidades para a instalação dos pedágios. Cabines ficariam tanto na entrada como na saída dos acessos – chamadas de bloqueio – e também haveria uma praça de ‘passagem’, que ficaria localizada logo após a entrada da Rodovia Raposo Tavares, sentido sul. ‘Tudo estaria interligado para que o motorista só pague pelos quilômetros rodados. Mas tudo ainda depende de discussões.’
Na próxima semana, disse Arce, deverão também ser acertados os últimos pontos da renegociação no contrato da empreitada – revisão que está sendo feita desde o começo da gestão Serra em todos os órgãos do governo estadual.
A principal vontade do secretário é alterar o modelo unitário, atual, para o global. No primeiro, para cada ação decorre um pagamento posterior. No segundo, é acertado um preço que deve ser seguido pelas empresas contratadas. ‘Estamos avançando bem e chegaremos a um consenso em breve.’
Prefeitos solidários
Anteontem, Arce teve uma reunião com prefeitos da região do Grande ABC, uma das principais beneficiadas pelo trecho prestes a ser construído. ‘Para nós, foi um encontro extremamente positivo. Foi a primeira promessa concreta’, avaliou Adler Kiko Teixeira, prefeito de Rio Grande sa Serra e presidente do Consórcio Intermunicipal que representa os municípios da região. ‘De nossa parte, vamos dar apoio nas questões mais locais, como auxiliar nas desapropriações e até nos transtornos típicos de obras, como ruas rachadas’, disse.
A OBRA EM NÚMEROS
R$1,84 bilhão está reservado nos cofres do governo estadual para o trecho
R$ 1,2 bilhão devem vir do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da União
2010 é a data prevista para a entrega das pistas no ramo Sul, cruzando as Rodovias dos Imigrantes e Anchieta, em importante eixo com Santos