O Governo do Estado inicia as obras do projeto Agroporto, em Cubatão, entre 60 e 90 dias, anunciou ontem, o governador Geraldo Alckmin, durante cerimônia de posse do Conselho Estadual de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Cericex), no Palácio dos Bandeirantes, na Capital. A construção do terminal, em parceria com a iniciativa privada, foi citada entre uma série de medidas, anunciada pelo chefe do Executivo do Estado, para ampliar o comércio exterior paulista.
Outras duas ações foram divulgadas: as implantações de pólos industriais para exportação, reunindo grupos de empresas de uma mesma região e ramo, e de um centro estadual de logística, para informar e orientar os micro e pequenos empresários e facilitar seus acessos aos serviços oferecidos por diversos órgãos do setor de comércio exterior.
Alckmin não revelou custo, local ou o tipo das obras do projeto Agroporto a serem feitas. Disse somente que elas serão realizadas nas proximidades da área industrial da Cosipa.
Em entrevista a A Tribuna na tarde de ontem, o diretor da Companhia Paulista de Desenvolvimento, Mário Luiz Silvério, que desenvolve o empreendimento, explicou que o Estado será responsável pelas vias de acesso ao terminal. As estradas irão ligar a Rodovia Dom Domênico Rangoni às instalações, a serem erguidas pela iniciativa privada em um terreno de 200 mil metros quadrados nas proximidades da Vila dos Pescadores e do Complexo Intermodal de Cubatão, no Largo da Canéu.
Em sua apresentação, Alckmin também destacou ações voltadas para melhorar o escoamento da produção do Estado pelo Porto de Santos, como a duplicação da Rodovia dos Imigrantes, as obras da Asa Sul do Rodoanel e o trabalho realizado em conjunto com o Ministério dos Transportes, para a instalação do ferroanel, facilitando o acesso do transporte ferroviário à Baixada Santista.
Complexo
Estimado em R$ 41 milhões, o Agroporto — oficialmente, o Terminal de Comércio Exterior de Produtos de Agronegócios do Estado de São Paulo — será um complexo formado por armazéns para cargas agrícolas a serem exportadas e um parque fabril. Nele, as commodities poderão sofrer um processo industrial, o que irá aumentar o seu valor para o mercado exterior.
Segundo projeções do Estado, se todos os produtos agrícolas passarem por esta agregação de valores, a atividade agropecuária pode aumentar sua participação no PIB paulista dos atuais 4% para 39%
Mais detalhes sobre o complexo devem ser revelados amanhã, às 20 horas, na Câmara Municipal de Cubatão, durante apresentação do secretário estadual da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, João Carlos de Souza Meirelles.
Conselho
A cerimônia de ontem, de posse dos integrantes do Cericex, contou com a presença do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, e diversos empresários, entre eles, o presidente da FIESP, Horácio Lafer Piva — todos conselheiros.
Segundo o governador, o órgão terá a função de criar um canal de comunicação entre as indústrias e o Governo, favorecer a participação das pequenas e médias empresas, especialmente, no comércio exterior e divulgar em outros países a imagem do Estado, sua infra-estrutura, oportunidades e potencialidades de negócios.
Sobre suas outras medidas para ampliar as exportações, Alckmin citou a implantação de um pólo industrial em Birigui, onde existem 140 indústrias de calçados para crianças, com mais de 18 mil postos de trabalho, o que faz da cidade o maior centro calçadista infantil da América Latina.
O conselho será presidido pelo governador e terá como integrantes dez secretarias estaduais, membros do Governo Federal e 30 líderes empresariais. A próxima reunião do órgão será no dia 2 de junho, às 10 horas, no Palácio dos Bandeirantes, com a presença de Alckmin e do ministro Furlan.
