Entre todas as obras que a Sabesp executará na Baixada, a remodelação e ampliação do Emissário Submarino do José Menino é considerada a de maior vulto para a população.
Atualmente, o emissário já recebe todo o esgoto produzido em Santos e na área insular de São Vicente. Mas como a rede coletora vicentina será ampliada, consequentemente o volume de dejetos que passa pelo equipamento santista também aumentará.
O emissário, que já avança 4.500 metros mar adentro, terá a extensão ampliada em 180 metros no trecho oceânico e em 250 metros no terrestre.
O local ganhará ainda duas novas estações de pré-condicionamento do esgoto. Esses equipamentos são responsáveis pela desinfecção e retenção dos materiais sólidos não-orgânicos. É como se o esgoto passasse por uma peneira antes de ser lançado no mar, já tratado.
O sistema de lavagem dos gases também será melhorado, para eliminar de vez o mau cheiro que, em dias de calor, incomoda quem mora nas proximidades da Praça Washington, na região do Orquidário Municipal.
Outras cidades
Em Cubatão, os serviços planejados deverão contribuir para a despoluição dos rios Casqueiro e Cubatão, o que surtirá efeitos na balneabilidade das praias de Santos e São Vicente. As obras previstas para Guarujá também deverão melhorar a qualidade das águas do estuário santista.
Com os US$ 250 milhões, a Sabesp construirá também outro emissário submarino em Praia Grande, que atenderá a população residente na área próxima à divisa com Mongaguá.
No Litoral Sul, serão instalados 718 quilômetros de redes e coletores-troncos e executadas mais de 64.500 ligações prediais. As três cidades – Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe – ganharão estações de tratamento de esgotos por lodos ativados.
Já Bertioga receberá 50 quilômetros de redes e coletores-troncos de esgoto, além de 4.600 ligações prediais.
Negociação demorou quase três anos
O empréstimo de US$ 150 milhões obtido pelo Governo do Estado junto ao banco japonês JBIC é fruto de quase três anos de negociações. Os primeiros contatos foram feitos em setembro de 1999.
De acordo com o vice-presidente da Sabesp para o Litoral, Oswaldo Aly, inicialmente a verba não era específica para a Baixada Santista. Na verdade, a região foi escolhida pelo grupo japonês para receber os investimentos, devido à importância ambiental que tem.
‘‘Nós oferecemos algumas opções de projetos e eles escolheram o que beneficiaria a Baixada, que tem o litoral, a Serra do Mar e uma ampla riqueza de fauna e flora, que precisam ser preservadas’’, explicou.
Aly disse ainda que a negociação demorou para ser concretizada porque ‘‘os japoneses foram bastante rigorosos e avaliaram minuciosamente o projeto, antes de efetivar o empréstimo’’.
Telefonema
A confirmação do empréstimo aconteceu ontem, após um encontro do ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, com o primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, em Tóquio.
Logo depois de receber o pledge, que é a confirmação oficial do empréstimo, o ministro ligou para o governador Geraldo Alckmin e comunicou que o negócio estava efetivado.