O Rio Tietê, sem inundações pelos próximos dez anos

Jornal da Tarde - 26/2/2003

qua, 26/02/2003 - 8h54 | Do Portal do Governo

Segundo responsáveis pelo rebaixamento da calha, os 30% da obras já feitos vão impedir transbordamentos

O Rio Tietê não vai provocar inundações nos próximos dez anos. A afirmação foi feita ontem, depois de uma reunião entre representantes do governo paulista e do J-BIC (Japan Bank of International Cooperation), que apresentaram à imprensa detalhes da parceria firmada para as obras na calha do rio. Segundo os participantes, como 30% da obra já estão realizados, está assegurado um período de recorrência de cheias de dez anos.

Em março de 2002, começo da segunda fase do rebaixamento, o prazo do risco de extravasamento do Rio Tietê era de dois anos. Com o término da obra, que deve ocorrer em agosto de 2004, o período de recorrência das cheias será elevado para 100 anos. A segunda fase e prevê o rebaixamento do leito do Rio Tietê em 2,5 metros, em média, por uma extensão de 24,5 quilômetros, entre a Barragem Móvel, na altura do Cebolão (zona oeste) e a Barragem da Penha. O custo do projeto é de R$ 688,3 milhões e já foram gastos R$ 223 milhões.

De acordo com a parceria entre o governo de São Paulo e o J-BIC, ao financiador da obra cabe uma parcela de 75% dos recursos. Os restantes 25% do custo da obra ficam com a cargo do governo. Além de aprofundar, o projeto também prevê mudar a largura na calha, deixando 46 metros no desemboque do Rio Tamanduateí e 41 metros no trecho entre o desemboque do Rio Tamanduateí e a Barragem da Penha.

O representante do J-BIC, Takao Ono, chamou a atenção para as interdições realizadas nas marginais por conta das obras, e pediu a colaboração da população. A medida visa garantir a segurança do motorista durante os períodos de explosão de rocha no leito do rio, feitas com dinamites.

Em fevereiro, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) interditará as pistas local e expressa de ambos os sentidos da Marginal do Tietê. Em janeiro, foi interditado trecho da Rodovia Castelo Branco.

Segundo dados técnicos fornecidos pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), órgão que está gerenciando a obra, o volume previsto de escavação do solo é de 6 milhões de metros cúbicos e de rochas, 800 mil metros cúbicos. Serão construídos cinco pontes, 300 galerias e bueiros, uma eclusa de navegação, além de 19 mil metros de muros de contenção.