O novo plano da PM

Jornal da Tarde - São Paulo - Terça-feira, 14 de dezembro de 2004

ter, 14/12/2004 - 8h58 | Do Portal do Governo

EDITORIAL

O plano da Polícia Militar – que redistribui o seu efetivo e cria novas unidades, levando em conta as necessidades de cada região, de maneira a obter um melhor gerenciamento dos recursos -, embora não constitua nenhuma solução mágica, como ressalta o seu comando, deverá aumentar a eficiência do combate ao crime, hoje um dos grandes desafios com que se defronta São Paulo. O objetivo fixado pelo governo – redução de 7% dos índices de criminalidade no Estado no prazo de dois anos – pode parecer modesto, mas é bom que assim seja, porque a experiência nesse terreno recomenda prudência.

São criados 10 batalhões, um dos quais de Polícia Rodoviária, e dois Comandos de Policiamento de Área (CPAs). Para isso, e tendo em vista a escassez de recursos, o governo acertadamente optou pelo remanejamento e não pela criação de vagas. As vagas que não vinham sendo preenchidas nos locais em que há excesso de policiais serão repassadas para as áreas carentes. Nenhuma das 645 cidades paulistas terá menos de 7 policiais e, naquelas com população superior a 7 mil habitantes, a distribuição dos efetivos se fará levando em conta critérios como índices de roubo e homicídio, a existência de presídios, a ocorrência freqüente de conflitos agrários e sociais, o número de favelas e o movimento de turistas.

Em conseqüência, por exemplo, será reforçado na Capital o policiamento nas áreas do Tatuapé e da Mooca, com a criação do CPA Metropolitano 11. Na Grande São Paulo, São Bernardo e Santo André terão cada uma mais um batalhão. Quanto ao interior, serão criados um CPA em Presidente Prudente e novos batalhões em Sumaré, Jundiaí e Itu. Paralelamente a essa redistribuição de efetivos, a PM deve implantar seis formas de policiamento obrigatórias em todo o Estado: ronda escolar (7 mil veículos); policiamento integrado (430 postos fixos com carro em áreas de grande fluxo); policiamento comunitário (270 bases funcionando 24 horas); forças táticas; radiopatrulhamento (860 carros na Capital); e a obrigatoriedade de pelo menos um carro para cada cidade de menos de 15 mil habitantes.

Os índices de criminalidade justificam plenamente esse esforço: embora os homicídios tenham diminuído 22,6%, comparando-se os 9 primeiros meses de 2004 com igual período de 2002, o que não deixa de ser um bom resultado, o total de delitos no Estado teve um aumento preocupante, passando de 1,3 milhão, em 2002, para 1,46 milhão em 2004. E o número de furtos cresceu 6,3%.

Para enfrentar essa situação, o governo deve ter em mente que, além desse plano da PM, é preciso continuar investindo na melhoria do serviço de inteligência da polícia e em medidas – como o policiamento comunitário – destinadas a aproximá-la cada vez mais da população, pois estes são elementos essenciais de um combate eficiente ao crime.