O convênio aguardado há tempos

Correio Popular - Campinas - Quarta-feira, 14 de abril de 2004

qua, 14/04/2004 - 9h07 | Do Portal do Governo

Editorial

Depois de quase três anos de descompassos, está para sair a parceria entre a Prefeitura e o Estado, na gestão do Parque Ecológico. É importante para Campinas essa gestão compartilhada

Seria exaustivo levantar as múltiplas oportunidades em que o Parque Ecológico “Monsenhor Emílio José Salim” figurou como tema deflagrador de reclamos da população de Campinas contra o descaso da Prefeitura, e, também, como motivo de descompassos e atritos entre o Município e o Estado.

Há praticamente três anos esse espaço de especial significado e interesse público da cidade, como referência ecológica e como atração para entretenimento e cultura, vem sendo deixado sem os cuidados exigidos.

Nesse período, o Correio Popular fez muitas reportagens de alerta e cobrança, no sentido de terem o cuidado oficial, a manutenção da reserva florestal e a funcionalidade dos serviços públicos que pode oferecer esse bem coletivo de valor inestimável. Isso, por meio de estrutura de utilização pública adequada, eficiente, e de cuidados constantes com a preservação e a segurança.

Agora essa longa história de atritos entre Prefeitura e Estado está chegando ao fim.

Quando da recente inauguração do trevo de acesso aos bairros de Matão e Cura, no Km 107 da Rodovia Anhangüera, em Sumaré, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) confirmou o convênio do Estado com a Prefeitura de Campinas, para a gestão compartilhada do Parque Ecológico.

Dado que o representante da Prefeitura nesses entendimentos, Luís Carlos Rossini, confirmou que a minuta final do convênio está aprovada por ambas as partes, o Ecológico vai ter investimentos necessários ao seu funcionamento eficiente, nessa divisão de responsabilidades entre Estado e Município.

O Parque exigirá gastos de R$ 1,94 milhão anuais, dos quais ao Estado caberá entrar com R$ 837 mil, garantindo a segurança dos quase um milhão de metros quadrados da área e o suporte técnico/administrativo que atualmente já é responsabilidade da Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Ao Município caberá empregar R$ 1,10 milhão para a manutenção do Parque, incluindo os projetos paisagísticos de Burle Marx, equipamentos públicos e corpo técnico e operacional para os projetos e programas a desenvolver.

Abstraindo-se do tempo que tal solução levou para se tornar realidade, a parceria que deverá ser assinada nos próximos dias entre os governos estadual e municipal corresponde à perspectiva de que Campinas poderá contar, a partir dos próximos meses, com o Parque Ecológico estruturado e funcionalmente adequado à sua dupla função.

Essa dupla função corresponde a: 1 – ser importante pólo de entretenimento e lazer saudável para a população, e 2 – oferecer a todos, crianças, adolescentes e adultos, alternativas cidadãs de atividades culturais ligadas à ecologia.

A parceria deve ser saudada, por superar antigos descompassos e, sobretudo, colocar o interesse público acima de qualquer divergência política.