Previsão da companhia do Metrô é que, até 2004, com a instalação de um sistema de fibra óptica, os aparelhos funcionem mesmo dentro dos vagões
Falta pouco para os celulares tocarem dentro dos trens do Metrô. E a companhia não vai gastar um centavo com a novidade. No ano que vem, deve ser instalada uma linha de fibra óptica debaixo das plataformas. As empresas de telefones móveis poderão colocar seus transmissores para levar os sinais ao longo de todo o trilho até os aparelhos guardados nos bolsos e bolsas dos passageiros.
Hoje, os telefones não funcionam no trecho subterrâneo – que constitui a maior parte das linhas azul, vermelha e verde. No total, são 28 estações em que os aparelhos dos usuários ficam mais mudos que os de presos de segurança máxima em penitenciárias com bloqueadores.
De acordo com o presidente do Metrô, Luiz Carlos David, a idéia de facilitar a vida das quase 3 milhões de pessoas que tomam os trens todos os dias nasceu há um ano. O Metrô chegou a propor para as empresas de telefonia que colocassem suas linhas ao longo de todas as estações. O preço do projeto foi considerado inviável.
Uma nova proposta foi então estudada pela Gerência de Engenharia e Projetos.
Agora, os técnicos concluíram que dá para utilizar parte dos tubos que passam sob as plataformas para instalar os novos cabos. Com isso, as empresas de telefonia precisam apenas colocar seus transmissores em algum ponto da linha para levar os sinais para toda a rede. Em todos os vagões.
Até ontem, nenhuma operadora de celular havia se pronunciado sobre o método – por enquanto não são a favor, nem contra. Devem esperar um pouco para ver qual será o preço do serviço.
David, no entanto, acredita que todas devem acabar interessadas – por causa da concorrência forte entre as empresas de celulares. De acordo com os planos dos técnicos, a instalação dos cabos deve inclusive gerar lucro para o Metrô. O projeto será bancado por uma empresa particular. A que oferecer o melhor pagamento mensal para a companhia, leva. E assim poderá ‘revender’ o serviço para as operadoras.
A concorrência deve começar em dezembro. A previsão é que em março o contrato esteja pronto. As instalações do cabo deve ser gradativa, mas até o final do ano que vem, o Metrô espera que os celulares estejam funcionando perfeitamente em todas as estações das linhas centrais (azul, vermelha e verde).
As obras serão feitas, segundo o projeto, de madrugada. Para mexer nos tubos sob as plataformas é necessário que os trens estejam parados. Por isso, os milhares de usuários que circulam nas principais estações durante os horários de pico não devem ser atrapalhados por buracos, desvios e barulheira.
