O Carandiru já vai tarde

Diário de S. Paulo - Terça-feira, 20 de janeiro de 2004

ter, 20/01/2004 - 9h22 | Do Portal do Governo

Caderno SP 450 Anos – Zona Norte

Depois do fechamento do presídio que ficou marcado pelo massacre de 111 detentos, foram feitas diferentes propostas para a ocupação da área. Venceu a melhor: um parque

No lugar do presídio, um parque para os jovens. O Parque da Juventude – que ocupa parte da área do desativado Complexo do Carandiru – começou a funcionar, parcialmente, em setembro. A idéia é transformar a área de 300 mil metros quadrados em um centro de atendimento, lazer e capacitação de jovens e adolescentes. Para isso, o Governo de São Paulo deverá investir cerca de R$ 22 milhões.

Inicialmente, o projeto foi dividido em três etapas. Até agora, apenas a primeira foi concluída e não há previsão para a finalização das outras duas. Segundo a Secretaria da Juventude, Esporte e Lazer, tudo depende de verbas.

Hoje, já funciona ali um complexo esportivo com 10 quadras, pista de skate, lanchonete e área verde. A segunda etapa consiste na criação de um parque central com a mata nativa recuperada. Outra parte do projeto prevê a preservação de uma das muralhas da penitenciária para incentivar a prática do rapel.

Música e teatro

A terceira e última fase do plano prevê a utilização de quatro edifícios do presídio para a instalação de diversos centros de informação cultural do terceiro setor (entidades não-governamentais) e de tecnologia da informação e inclusão digital. O projeto inclui ainda a criação de uma escola de formação profissional e um estacionamento arborizado com capacidade para 300 veículos.

Entre as atividades a serem desenvolvidas nos edifícios desativados estão as aulas de música, dança, artes cênicas e ópera. A Fundação Paula Souza (Fatec) oferecerá, gratuitamente, educação profissional de níveis básico, técnico e tecnológico. Os cursos – do que será o primeiro centro de ensino tecnológico público da Zona Norte – terão foco nas áreas de saúde, meio ambiente, comércio e informática. Inicialmente estão previstas cerca de cinco mil vagas.

Os jovens terão ainda a oportunidade de aprender sobre o desenvolvimento e a tecnologia do terceiro setor. Já no espaço Centro de Tecnologia da Informação e Inclusão Digital, será possível visitar biblioteca virtual e aprender a lidar com diversos equipamentos com recursos de tecnologia digital. A população ganhará ainda um infocentro onde o acesso à internet será gratuito.