Novo Cebolão vai ampliar acesso da Castelo Branco à Marginal do Tietê

O Estado de S. Paulo – sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

sex, 08/02/2008 - 16h36 | Do Portal do Governo

O Estado de S. Paulo

Acabar com os enormes congestionamentos na chegada a São Paulo pela Marginal da Rodovia Castelo Branco. Esse é o objetivo do pacote de obras que a Secretaria Estadual dos Transportes negocia com a empresa Viaoeste, concessionária da estrada. O projeto prevê um complexo viário que vai se integrar ao atual Cebolão. Três pontes vão facilitar o acesso à Marginal do Tietê, a travessia sobre o Rio Tietê e a chegada à Avenida Gastão Vidigal, porta de entrada para a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na Vila Leopoldina, zona oeste.

“As concessionárias serão responsáveis pelas obras. Não haverá gastos para o poder público”, disse Arce. O pacote, em fase de conclusão, prevê investimento de R$ 200 milhões. Os elevados vão modernizar a Castelo Branco para atender à nova demanda e beneficiar os 8 mil motoristas que trafegam, por hora, pela marginal da rodovia, no horário de pico. De acordo com o secretário dos Transportes, Mauro Arce, “o novo complexo da Castelo seguirá os mesmos moldes do Complexo Anhangüera”, cujo projeto foi lançado em 2007.

O Complexo Castelo pode ficar pronto em 2012 ou ser adiantado e inaugurado no ano eleitoral de 2010. “Estamos em negociação com a Viaoeste”, afirmou o secretário. A empresa não quis se pronunciar sobre o assunto.

Uma ponte ligará o km 13 da marginal da Castelo, sentido capital, às imediações da Ceagesp. Outra vai ligar o km 13 da marginal da rodovia à pista expressa da Marginal do Tietê, sentido Ayrton Senna. E um terceiro elevado será erguido entre o atual Cebolão e a Ponte dos Remédios, cruzando a Marginal do Tietê e dando acesso à pista local, sentido Ayrton Senna. Quem vier da pista local da Marginal do Pinheiros, sentido Castelo Branco, poderá atravessar para o sentido Castelo da Marginal do Tietê.

O programa incluirá a conservação das pistas da Marginal do Tietê desde a saída do Cebolão até o trecho após a entrada da Anhangüera. Esse trabalho será executado pela Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), controladora da Viaoeste e também da Autoban, concessionária do Sistema Anhangüera-Bandeirantes.

Na outra ponta da Marginal do Tietê, segundo Arce, a empresa que ganhar a concessão da Ayrton Senna deverá ser responsável pela manutenção do corredor até a Via Dutra. “Para o meio da Marginal ainda não está definido quem fará a conservação.” Hoje, é a Prefeitura que faz a manutenção na Marginal do Tietê, onde circulam cerca de 750 mil veículos por dia, nos dois sentidos.

A principal moeda de negociação do Estado com as empresas é a extensão do prazo de vigência dos contratos dos dois sistemas. Mas isso já foi feito. Em 14 de dezembro de 2006, no fim da gestão Cláudio Lembo (DEM), o governo prorrogou os contratos de 10 das 12 concessionárias. No caso da Autoban, o prazo foi estendido em 8 anos e 8 meses e, no da Viaoeste, em 4 anos e 9 meses. Os contratos acabariam em 2018.

O governo estadual argumentou que havia necessidade de fazer reequilíbrio financeiro dos acordos, pois as empresas tiveram prejuízo de R$ 100 milhões, desde o início das concessões. A validade dessa prorrogação foi questionada pelo PT na Assembléia. No Ministério Público, uma ação investiga a legalidade da medida.

Os novos complexos na saída das principais estradas que chegam a São Paulo não acabarão com os congestionamentos, na opinião do especialista em trânsito Horácio Figueira.

Segundo ele, a Marginal do Tietê já opera além da capacidade. O advogado André Coelho espera que a obra facilite seu trajeto diário. “Perco mais de meia hora parado no fim da Castelo.”