Novas linhas de metrô

O Estado de S. Paulo - Sábado, 3 de abril de 2004

seg, 05/04/2004 - 9h29 | Do Portal do Governo

O governo do Estado de São Paulo construiu, nos últimos nove anos, 22 quilômetros de metrô na capital e, nos próximos dois anos, pretende acelerar a expansão da malha com a ampliação da Linha 2, que atualmente liga a Estação Vila Madalena, na zona oeste, à Ana Rosa, na zona sul, e a construção da Linha 4, ligando os bairros da Luz, no centro, à Vila Sônia, na zona sul. Na quarta-feira, o governador Geraldo Alckmin acionou o equipamento que perfurará o poço inicial do novo trecho de 2,9 quilômetros da Linha 2. Mais duas estações serão construídas – Chácara Klabin e Imigrantes – rumo ao sul da cidade. A expectativa é que o metrô atenda mais 35 mil passageiros por dia.

Em maio, os 12,8 quilômetros da Linha 4 começarão a ser construídos. Até 2006, o governo pretende entregar 5 das 11 estações previstas. Quando a linha toda estiver concluída, mais 940 mil passageiros utilizarão os trens do metrô.

A Linha 2, também chamada de Linha Verde, vai consumir R$ 462 milhões, dos quais R$ 111 milhões estão liberados para este ano. Concluída essa primeira etapa, o governo pretende, a partir de 2006, levar os túneis às estações planejadas para o Ipiranga e Sacomã, seguindo rumo à Vila Prudente. Além de permitir que a populosa zona sul ganhe uma alternativa segura e confortável de transporte, a nova linha também atenderá a parte importante da zona leste. A outra empreitada, a Linha 4 ou Amarela, exigirá US$ 1,262 bilhão em investimentos.

Em artigo publicado na edição de quarta-feira do Estado, o governador Geraldo Alckmin lembrou que, nos últimos 15 meses, o governo investiu R$ 164 milhões no metrô. Desse montante, R$ 106,7 milhões foram aplicados nos primeiros três meses deste ano. Segundo ele, o avanço de duas linhas pelo subsolo de São Paulo vai gerar 30 mil empregos.

O atual esforço de ampliação do metrô, infelizmente, não recuperará o tempo perdido por outras administrações, que ignoraram o aumento constante da demanda e a decadência dos outros meios de transporte público. Hoje, o metrô é a única alternativa viável – apesar de seu alto custo – para a melhoria do serviço de transporte público, não só na capital, como em toda a Grande São Paulo. Tanto que a Linha 4 foi projetada para atender, em grande parte, os moradores de Taboão da Serra, que embarcarão na Estação Morumbi, na divisa entre os dois municípios, para chegar ao centro da capital. Hoje, milhares de moradores de Taboão, que trabalham em São Paulo, são obrigados a usar vans que prestam serviço de transporte público clandestinamente naquela cidade e invadem São Paulo diariamente, provocando desordem no trânsito e no transporte público da capital. Acabam por concorrer com vans legalizadas pela Prefeitura e os ônibus.

O problema se repete na maior parte dos bairros de São Paulo que fazem fronteira com outros municípios, o que deveria obrigar as prefeituras, junto com o governo estadual, a se unirem com o propósito de melhorar o transporte público para a população da região metropolitana. Isso significaria não só um planejamento global, mas investimentos conjuntos.