Nova técnica reduz custo de produção de batata

O Estado de S. Paulo – quarta-feira, 07 de novembro de 2007 Uma tecnologia desenvolvida no Instituto Agronômico (IAC), em Campinas (SP), que aproveita o que atualmente é considerado um […]

qua, 07/11/2007 - 15h50 | Do Portal do Governo

O Estado de S. Paulo – quarta-feira, 07 de novembro de 2007

Uma tecnologia desenvolvida no Instituto Agronômico (IAC), em Campinas (SP), que aproveita o que atualmente é considerado um resíduo da bataticultura convencional – o broto -, promete garantir a economia anual de pelo menos R$ 5 milhões na importação de batata-semente. Garante, ainda, um cultivo livre de vírus comuns em batatais, que geralmente vêm ‘de brinde’ junto com as sementes importadas.

Conforme explica o pesquisador José Caram, responsável pelo estudo, que levou 12 anos para ser concluído, a técnica é simples e promete atrair pequenos produtores para a bataticultura, visto que os custos de produção se reduzem em cerca de 40%, ou o equivalente à despesa com a compra das batatas-sementes importadas. O plantio, diz Caram, é feito com o broto da própria batata-semente, que tradicionalmente é descartado na produção convencional.

‘LIMPEZA’

Ou seja, em plantios convencionais, é comum o bataticultor fazer uma ‘limpeza’ da batata-semente importada antes de plantá-la, retirando e jogando fora os brotos que tiverem surgido nas sementes.

Caram aproveita justamente este broto descartado. Ele é plantado em um pequeno vaso e continua se desenvolvendo para dar origem, então, a pequenas batatas, chamadas de minitubérculos. ‘São estas pequenas batatas que funcionarão como sementes e darão início ao cultivo no campo definitivo’, diz Caram, acrescentando que agricultores de Limeira, Sumaré e Itapetininga (SP) já utilizam a técnica.

‘PULO DO GATO’

Cada broto dá origem, em média, a três minitubérculos e cada um destes, por sua vez, dá origem a uma planta. ‘O ‘pulo do gato’ é justamente este’, diz. ‘Ninguém imaginava que brotos arrancados da batata-semente poderiam brotar fora dela e originar mais sementes, no caso, os minitubérculos.’

Outra grande vantagem da técnica é que, ao contrário do que ocorre com a tradicional batata-semente importada, que costuma trazer vírus tanto no tubérculo quanto em resíduos de terra – ‘Entre e 80% e 90% das viroses dos batatais cultivados no Brasil são importadas’, diz Caram -, os brotos são livres de vírus e por isso produzem minitubérculos de alta sanidade.

‘Os vírus não passam do tubérculo para o broto de jeito nenhum’, diz Caram. Por isso, ele diz que a técnica permitirá a drástica redução das viroses nos cultivos e toda a despesa que elas exigem para o seu controle, sobretudo a aplicação de agrotóxicos. A batata-semente importada, segundo Caram, poderia tranquilamente ser trocada pelo broto, reduzindo os custos de produção.

A produtividade e a qualidade da batata comercial também são preservadas, já que o broto retirado da semente é uma cópia de alta fidelidade genética da variedade. ‘Tudo isso com um material que nem preço de mercado tem, porque é considerado lixo da produção’, conclui.

INFORMAÇÕES: IAC, tel. (0–19) 3241-5188