A criação de um grupo de policiamento com motocicletas para atuar nos principais corredores de trânsito da capital mostra a disposição do Governo do Estado de atualizar suas táticas de combate ao crime, o que é essencial para enfrentar o desafio aos bandidos, que estão sempre inventando novas formas de surpreender e atacar os paulistanos.
Os criminosos têm-se aproveitado ultimamente dos congestionamentos naquelas vias para assaltar os motoristas neles imobilizados que perdem notebooks – em especial nas proximidades do Aeroporto de Congonhas -, celulares, relógios e bolsas, ou são vítimas de seqüestros relâmpagos. Para isto, eles contam com a vantagem da dificuldade de perseguição da polícia. Um risco que deve diminuir com a nova forma de policiamento que começa a ser implantada.
Nos 30 principais corredores de trânsito, 428 policiais em motocicletas farão rondas das 6h30 às 23 horas, de segunda-feira a sábado. Eles atuarão em duplas e cada uma delas percorrerá por 45 minutos o trajeto que lhe for determinado pelo comando, parando durante 15 minutos, em pontos preestabelecidos. Entre as vias escolhidas, estão as Avenidas 9 de Julho, 23 de Maio, Paulista, Tiradentes, Cruzeiro do Sul, São Miguel, Itaberaba, Marechal Tito, Morumbi, Interlagos, Rebouças, Bandeirantes e as Marginais do Tietê e do Pinheiros.
Outros 196 policiais com motocicletas patrulharão ruas próximas desses corredores – para as quais os bandidos certamente migrarão ao se sentirem acuados – e poderão ser deslocados rapidamente para as avenidas nas quais atuam seus colegas, quando houver necessidade de apoio ou substituição. O secretário de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, acredita que a ação desse grupo deve diminuir em 10% aquele tipo de roubo.
Essa nova forma de policiamento começou a ser implantada em outubro do ano passado com a criação do Grupo Especial de Motos Força 13 (F-13), formado inicialmente por 30 homens da Divisão de Investigação sobre Crimes Contra o Patrimônio do Departamento Estadual de Investigação Criminal (Deic), treinados pelo Exército, a Academai de Pólícia Civil e a empresa Honda. Usando uniformes de alta tecnologia e capacetes que permitem comunicação com a base de gerenciamento de dados, podem ser deslocados rapidamente para os locais onde sua ação é mais necessária e urgente.
A decisão de tirar o máximo proveito das vantagens das motocicletas, mais ágeis que os carros, não se restringe à capital. O governo mais do que dobrou o número de motos – de 110 para 60 – que atuam nas estradas, no policiamento, no atendimento ao usuário, monitoramento de trânsito e prestação de socorro.
A atualização permanente da polícia, com o uso de novas táticas e instrumentos, é indispensável para o combate eficiente ao crime.
