Nossa Caixa tem lucro líquido 87,5% maior até setembro

Folha de S.Paulo - Sexta-feira, 14 de novembro de 2008

sex, 14/11/2008 - 11h57 | Do Portal do Governo

Folha de S.Paulo

O lucro líquido da Nossa Caixa caiu 83% no terceiro trimestre deste ano, passando dos R$ 411 milhões registrados no segundo trimestre para R$ 70 milhões. Houve melhora, porém, em relação ao mesmo período de 2007, quando o banco teve prejuízo de R$ 68 milhões. No acumulado de 2008, o lucro líquido é de R$ 596 milhões, um aumento de 87,5% ante igual intervalo do ano passado.

Os ativos totais recuaram 1,1% no terceiro trimestre na comparação com o segundo, para R$ 53,4 bilhões. “A queda se deu em função de uma diminuição da carteira de valores mobiliários. Alguns títulos venceram e não foram repostos para que o banco ficasse com um pouco mais de liquidez”, explicou Milton Santos, presidente da instituição. Ante o terceiro trimestre de 2007, os ativos cresceram 15%.

Os depósitos na Nossa Caixa somaram R$ 34 bilhões no final de setembro, dos quais R$ 15,8 bilhões são judiciais, R$ 11 bilhões, de poupança, R$ 3,4 bilhões são à vista, e R$ 3,8 bilhões, a prazo.

Nas operações de crédito, a Nossa Caixa superou a média do mercado com uma alta de 33% na sua carteira -que atingiu R$ 11,5 bilhões-, no período de julho a setembro, enquanto no sistema em geral a elevação foi de 22,7%. Esse volume não inclui o R$ 1,409 bilhão em carteiras de crédito que a instituição havia comprado de outros bancos até setembro, segundo Santos. A Nossa Caixa deve adquirir mais R$ 1,019 bilhão até o final do ano e R$ 1,467 bilhão em 2009. São cerca de dez as instituições vendedoras.

O carro-chefe do banco paulista, o crédito consignado, avançou 35,9% em relação a 2007, para R$ 4,5 bilhões -a média do mercado foi de um aumento de 23,8%. “As instituições que apostam nos empréstimos para aposentados pelo INSS estão vendo o número de operações cair. Mas nós damos ênfase ao servidor público estadual”, disse Santos.

O executivo afirma não temer que o banco perca essa parte da sua identidade caso seja realmente vendido para o Banco do Brasil. “O BB, com a experiência que tem de lidar com o servidor público federal, terá condições de ampliar a posição junto ao funcionário estadual”, destacou.

Com a crise financeira internacional chegando ao Brasil, a expectativa é de que a taxa de crescimento do crédito observada neste ano não se repita no próximo. Os níveis de inadimplência da Nossa Caixa não devem aumentar muito, entretanto, justamente porque o maior montante de crédito concedido pelo banco é no segmento consignado.

Quanto à compra pelo Banco do Brasil, Santos disse esperar que aconteça “o mais rápido possível”. “A negociação está evoluindo”, comentou. “A fusão de bancos é uma tendência mundial, um movimento para fortalecer as instituições que se intensificará no Brasil.”