Nossa Caixa prevê mais crédito

Valor Econômico - Terça-feira, 3 de abril de 2007

ter, 03/04/2007 - 16h06 | Do Portal do Governo

Do Valor Econômico

Depois de uma semana de quedas consecutivas, as ações da Nossa Caixa ensaiaram uma recuperação, ontem, mas não conseguiram se sustentar. Os papéis terminaram o dia acompanhando o índice Bovespa, com queda de 0,40% a R$ 29,20. O índice caiu 0,45%

Acabou não surtindo muito efeito o esforço feito pelo presidente da Nossa Caixa, Milton Luiz de Melo Santos, ontem, na teleconferência em que explicou a analistas o acordo fechado com o governo do Estado de São Paulo, na semana passada, pelo qual pagou R$ 2,084 bilhões para pagar a folha de salários de 1,1 milhão de servidores públicos por cinco anos. Desse total, 590 mil são novos clientes.

Foi uma das teleconferências mais concorridas deste ano e durou uma hora e meia. Santos procurou convencer os analistas que o acordo trará bons resultados para a Nossa Caixa e que o preço pago não foi alto considerando essa expectativa e outros negócios registrados no mercado.

Pressionado pelos analistas, Santos afirmou que o aumento da clientela permitiu ao banco elevar para mais de 35% a expectativa de expansão da carteira de crédito, acima dos 30% anteriormente previstos, sendo que a carteira de pessoa física deve crescer mais de 40%.

O presidente da Nossa Caixa deu uma idéia clara do potencial de negócios. Com apenas 151 mil contratos de crédito consignado, os funcionários públicos são atualmente responsáveis por 55% da carteira de crédito para pessoa física do banco, que era de R$ 4,9 bilhões ao final de fevereiro. Agora, o número de clientes funcionários públicos vai crescer sete vezes.

Do 1,1 milhão de clientes servidores públicos, 20% têm renda líquida de R$ 800; 74% recebem de R$ 800 a R$ 4 mil: e 6% acima de R$ 4 mil. “É um cliente de perfil conservador, que gostaria de tomar um consignado; fazer um seguro de vida ou comprar cotas de consórcio”, disse Santos, estimando que cada um dos novos clientes poderá contribuir com cerca de R$ 900 para receita anual do banco.

O presidente da Nossa Caixa informou também que os recursos para o acordo virão do aumento das receitas (dois terços) e do corte de despesas (um terço).

O retorno sobre o patrimônio líquido médio esperado ficará entre 17% e 18%, ligeiramente abaixo dos 19,8% de 2006. Mas, o presidente da Nossa Caixa acenou com a possibilidade de distribuidor dividendos superiores ao de 2006, que foram equivalentes a 40% do lucro líquido. “Em função dos resultados, o banco pode distribuir mais”, disse Santos.

Naturalmente, todas essas projeções vão depender da eficiência do banco em fidelizar os novos clientes. Por isso, o presidente da Nossa Caixa se reuniu com cerca de 700 gerentes e diretores em dois dias no final da semana para lançar as novas metas e anunciar um plano de remuneração variável.

A expectativa é que o índice de fidelização chegue a 75% a 80% a curto prazo e atina 90% a médio prazo. Atualmente, é de 62%, isto é, 62% dos clientes mantêm no banco os salários recebidos.