Nossa Caixa planeja abrir capital em 2005

O Estado de S. Paulo - Segunda-feira, 1º de Novembro de 2004

seg, 01/11/2004 - 10h23 | Do Portal do Governo

Objetivo é vender 25% das ações e listá-las no Novo Mercado

Silvia Fregoni

O Banco Nossa Caixa, controlado pelo governo do Estado de São Paulo, quer abrir o capital e lançar ações na Bolsa no segundo semestre de 2005, segundo o presidente da instituição, Carlos Eduardo Monteiro. O objetivo, diz ele, é vender 25% das ações e listá-las no Novo Mercado, seção da Bolsa onde estão as companhias com o mais alto grau de governança corporativa. A oferta pode chegar a 49% do capital, conforme autoriza lei aprovada em 2001. A venda será apenas de ações ordinárias.

Para Monteiro, o governo não teme perder o bom momento do mercado de capitais ao esperar até 2005 para a operação. ‘A função principal da oferta não é de obtenção de recursos, mas corporativa. O banco tende a ter melhor gestão administrativa com as regras de governança e transparência do Novo Mercado.’

A Nossa Caixa já começou a se preparar. Criou um site de relações com investidores e definiu que divulgará fato relevante toda vez que tiver informação que interesse ao mercado. ‘O conselho de administração foi remodelado e hoje temos um corpo técnico bastante competente’, diz Monteiro.

O banco apresentou lucro líquido de R$ 205 milhões até setembro, o que representa queda de 41,6% em relação aos R$ 351 milhões do mesmo período de 2003. O resultado deste ano representa um retorno anualizado de 14% sobre o patrimônio líquido médio do período. A instituição fechou setembro com patrimônio ajustado de R$ 2,071 bilhões, um crescimento de 21,95% na comparação com igual mês de 2003. Os ativos totais somavam R$ 29,562 bilhões, um avanço de 22,7%.

Segundo o presidente da instituição, a queda do lucro foi provocada pelo Programa de Demissão Voluntária (PDV) realizado no final do primeiro semestre e pelos juros menores neste ano, na comparação com 2003.

O PDV teve impacto negativo de R$ 127 milhões no resultado. ‘Já foram registrados todos os efeitos do programa, inclusive futuros’, diz. Durante o PDV, saíram 1,8 mil empregados, dos quais mais de mil já foram substituídos. Os juros prejudicaram o lucro porque a Nossa Caixa tem em carteira um volume bastante expressivo de títulos públicos – cerca de R$ 17 bilhões. A queda da Selic diminuiu a receita com títulos em 29,5%, para R$ 2,146 bilhões.

O banco encerrou setembro com carteira de crédito de R$ 4,134 bilhões, uma expansão de 20,0% sobre o mesmo mês de 2003. O maior crescimento ocorreu no segmento de pessoa física. ‘Isso devido ao nosso conhecimento desse nicho de mercado’, disse.

A Nossa Caixa também pretende vender o controle de duas subsidiárias, a de capitalização e a de vida e previdência, até o início de 2005. O banco já criou as empresas. A de capitalização ainda não está funcionando, mas a segunda já opera na área de previdência.

Esta coluna é produzida pela Agência Estado a partir do Cias. Abertas, serviço eletrônico dedicado ao mercado de ações. Telefone 0800 11-3000, e-mail atendimento@agestado.com.br