Nossa Caixa decide cortar taxa de juros

O Globo - 12/6/2003

qui, 12/06/2003 - 9h44 | Do Portal do Governo

Ronaldo D’Ercole e Aguinaldo Novo


O Globo – 12 de junho de 2003

SÃO PAULO – A uma semana da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidirá sobre a manutenção ou não da Taxa Selic em 26,5% ao ano, a Nossa Caixa Nosso Banco, controlada pelo governo paulista, anuncia hoje a redução dos juros em dez de suas linhas de crédito.

O juro dos financiamentos do crédito pessoal, por exemplo, cairá de 4,75% para 4,65% ao mês. Em termos anualizados, o recuo da taxa será de dois pontos percentuais, de 74,52% para 72,53%. Os demais cortes ainda estavam sendo avaliados pelos técnicos da Nossa Caixa no início da noite de ontem. A taxa do cheque especial, de 8,85%, porém, não será incluída.

— Diante do ambiente mais favorável à queda dos juros, adotamos a diretriz de aumentar as operações de crédito e atrair novos clientes para substituir a rentabilidade dos títulos públicos — disse ontem Valdery Albuquerque, presidente do banco, ao justificar a iniciativa de antecipar-se ao Copom.

Ele anunciará pessoalmente a redução dos juros das linhas de crédito, hoje, na sede da Nossa Caixa.

Já o presidente da Federação Brasileira das Associações de Bancos (Febraban), Gabriel Jorge Ferreira, disse ontem que os juros e os spreads bancários são altos porque as estruturas jurídica e tributária do país são arcaicas e ineficientes, e que as taxas não vão cair enquanto isso não for resolvido. Ferreira também disse que os gastos do setor público nos últimos anos absorveram parcelas crescentes da poupança interna e “exacerbaram os juros”.

Ele propôs o estabelecimento de metas para a redução dos spreads . Respondendo às críticas de que os bancos não têm interesse em reduzir suas taxas, Ferreira afirmou que, quanto mais baixo o juro, melhor é a qualidade do crédito.

Inflação medida pela Fipe perde fôlego em São Paulo

A inflação medida pela Fipe na cidade de São Paulo continua perdendo força. Depois de encerrar maio com alta de 0,31%, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,28% na primeira prévia de junho, repetindo a taxa da terceira quadrissemana de maio, a menor desde julho de 2002. Dos sete grupos de produtos e serviços pesquisados pela Fipe, quatro registraram variações inferiores às de maio.

O grupo transporte, que inclui os combustíveis, teve queda de 0,82%, enquanto o grupo alimentação, que pressionava o IPC desde meados do ano passado, teve variação zero.