Gazeta Mercantil
A possível incorporação pelo Banco do Brasil (BB) não alterou as estratégias da Nossa Caixa para ampliar sua carteira de crédito. Um dos principais objetivos do banco é conseguir crescer fora do Estado de São Paulo, onde possui presença bem mais modesta.
Ao invés de abrir novas agências, a instituição optou por parcerias para oferecer mais crédito consignado. Com isso, quer agregar, em um ano, R$ 800 milhões a essa carteira. Atualmente, dos R$ 9,7 bilhões da carteira de crédito total da Nossa Caixa, aproximadamente R$ 4 bilhões são de operações relacionadas ao consignado. “Nossas estratégias não mudaram, independente do processo que o banco iniciou com o BB. Estamos atentos à geração de novos negócios e, até o momento, as nossas perspectivas de ampliar a oferta de crédito estava baseada em nossa rede de agências”, diz o presidente do banco paulista, Milton Luiz de Melo Santos.
“Com as parcerias, não será necessário investir em novas agências e ainda conseguimos obter receitas negociadas de acordo com uma tabela de prazos que foi negociada previamente com essas instituições”, afirma.
As empresas parceiras – as promotoras dos bancos mineiros BMG e Bonsucesso e do Matone, do Rio Grande do Sul – serão as responsáveis por ampliar o acesso fora do mercado paulista. Já as promotoras Nobre, GMP2 e MPN, ajudarão a sedimentar a distribuição, em São Paulo, do crédito consignado do banco. As operação começam no próximo mês. A meta com que trabalha o banco é que, em conjunto, finalizem 700 novos negócios para a Nossa Caixa ao longo deste ano, o que representaria uma elevação de 20% nas concessões dessa carteira pelo banco paulista.
As parcerias proporcionarão oferecer a modalidade também ao setor privado, para funcionários de empresas. “Também é importante trabalhar com esse público, para diversificar, já que nosso ponto forte é oferecer produtos aos funcionários públicos estaduais”, explica.
Novas carteiras
Em linha com o que já vinha demonstrando após a divulgação de seus resultados no 1 semestre do ano, o banco quer aproveitar o aquecimento econômico do País para oferecer novos produtos. Um deles é o financiamento para a aquisição de veículos, um segmento que interessa pelo apetite, cada vez maior, dos consumidores. “O cenário que temos hoje é o de um cliente que vai à loja e quer viabilizar a compra na própria concessionária. Estamos elaborando novas parcerias e, em breve, poderemos trazer novidades nessa área”, exemplifica.
Segundo o presidente da Nossa Caixa, o banco estuda duas possibilidades para entrar com força em financiamentos para veículos. Uma delas seria o CDC (Crédito Direto ao Consumidor).
A outra possibilidade é passar a oferecer aos clientes o produto leasing. A instituição paulista já possui, inclusive, autorização do BC (Banco Central) para operar nessa modalidade. “Não descartamos a utilização desses dois mecanismos de financiamento pelo banco”, afirma Melo.
No 1 trimestre de 2008, a Nossa Caixa registrou lucro líquido de R$ 114,9 milhões, valor 31% superior ao alcançado em igual período do ano passado. O banco possui 5,7 milhões de clientes.
