Nossa Caixa amplia serviços para empresas

Gazeta Mercantil - São Paulo - Segunda-feira, 16 de agosto de 2004

seg, 16/08/2004 - 9h26 | Do Portal do Governo

Adriana Cotias

O Banco Nossa Caixa inaugura, hoje, a sua nova mesa de operações. Mais do que modernizar a infra-estrutura da tesouraria, o equipamento ampara a estratégia da instituição de atuar num campo pouco explorado até agora: operar produtos mais sofisticados, como derivativos, em nome de clientes.

‘Tudo isso faz parte do projeto de fortalecer a área comercial e reduzir a dependência da carteira de títulos e valores mobiliários’, diz o diretor de Finanças, Rubens Sardenberg. ‘Como instituição de varejo, não há a pretensão de ter grandes posições especulativas, ser um banco de tesouraria, mas, sim, ter cada vez mais produtos que atendam as necessidades das empresas que atendemos, mantendo sempre posições líquidas, sem assumir riscos.’

A carteira de pessoa jurídica da Nossa Caixa está, hoje, concentrada no nicho de pequenas e médias empresas, com faturamento anual de até R$ 50 milhões, e os principais produtos ofertados são as linhas de desconto de recebíveis, capital de giro e conta garantida. Sardenberg diz que tem havido demanda para operações de financiamento ao comércio exterior, área que o banco retomou de um ano para cá. ‘A idéia é ter na prateleira também operações, ‘hedge’, de ‘swap’, securitizações e até subir um pouco na classe de renda, atingindo um ‘middle’, em empresas com faturamento acima do que alcançamos atualmente.’

A Nossa Caixa conta com ativos totais de R$ 27,5 bilhões e mais de 60%, cerca de R$ 17 bilhões, são representados por títulos e valores mobiliários. A carteira de crédito chegou ao fim do semestre com R$ 4,0 bilhões e dois terços com operações destinadas às pessoas físicas. ‘A posição de pessoa jurídica é pequena e aí há espaço para ampliar’, diz Sardenberg.

A mesa de operações antiga contava com 15 posições. A atual tem o dobro e unifica a área de câmbio no mesmo espaço físico. Mas para ocupar a nova unidade e atender demandas tanto mais sofisticadas, o banco também terá que investir em qualificação profissional. Como banco público, não pode, simplesmente, chamar profissionais do mercado.

O banco já tem programado para setembro um ‘banking simulation’, um programa de treinamento em que serão montadas equipes de interbancário, com capital, para atuar em determinados cenários. ‘Como só se entra no banco por concurso, é preciso ter um processo de treinamento progressivo’, diz Sardenberg. ‘Os resultados só devem ser percebidos no médio e longo prazos.’