No campus da USP Leste, 28% dos aprovados são da região

Jornal da Tarde - São Paulo - Quinta-feira, 17 de fevereiro de 2005

qui, 17/02/2005 - 8h51 | Do Portal do Governo

Para o governador Geraldo Alckmin, que visitou ontem o novo campus da USP, os números mostram que houve uma maior inclusão na universidade

RENATA CAFARDO

Quase 300 dos 1.020 aprovados para estudar no campus leste da Universidade de São Paulo USP são moradores da região. O número equivale a 28%. Nos últimos anos, no vestibular da Fuvest, esse índice não chegava a 10%. Os dados mostram ainda que 21,2% dos alunos convocados para a USP Leste são negros e 39,4% vêm de famílias com renda até R$ 1.500. Esses índices são de 12% e 22%, respectivamente, na universidade como um todo.

Os números deixaram animado ontem o governador Geraldo Alckmin, que visitou o campus pela primeira vez depois que o prédio didático ficou pronto.

‘Estamos fazendo inclusão com mérito’, disse ao JT, comparando o resultado na USP Leste ao sistema de cotas, que é defendido pelo governo federal.

Bem-humorado, Alckmin lembrou o verso de Milton Nascimento, ‘todo artista tem de ir aonde o povo está’, para explicar os números que demonstram uma maior inclusão. ‘A universidade também tem de ir onde o povo está.’

A instituição não tem ainda dados consolidados sobre os aprovados que moram nas cidades vizinhas à nova unidade. Portanto, segundo o reitor da USP, Adolpho José Melfi, o número de alunos da região – que inclui Guarulhos, Itaquaquecetuba, Suzano, Mogi das Cruzes, entre outras – pode aumentar.

Apenas 8,5% dos estudantes convocados têm renda familiar maior que R$ 7 mil na USP Leste; em toda a universidade esse número é de 17%. E mais da metade dos inscritos que concorreram às vagas no novo campus havia estudado em escolas públicas (67%). Entre os aprovados, o índice é de 47%, depois de terminadas as matrículas.

‘Combinamos localização e cursos inovadores’, afirmou Alckmin. A USP Leste ofereceu neste primeiro vestibular 10 cursos, todos diferentes dos que existem na Cidade Universitária. Entre os mais concorridos estão sistemas de informação, marketing, lazer e turismo e obstetrícia. Representantes da região e de cursinhos comunitários, no entanto, pedem que o campus forme também alunos para carreiras já consolidadas como medicina, engenharia ou direito. Alckmin não descartou que isso possa ocorrer no futuro.

No helicóptero que levou o governador e o reitor à USP Leste, a discussão era sobre segurança. A instituição pediu policiais em uma base fixa, dentro do campus, e numa móvel, perto do local onde parará a perua que vai fazer o transporte de alunos que chegarem de trem. A esperada estação USP só deve ficar pronta em 2006. Parte da iluminação terá ainda que ser discutida com a Prefeitura.

O governo do Estado já investiu R$ 53 milhões e outros R$ 34 milhões serão utilizados este ano. Alckmin fala com orgulho do aumento de 30% no número de vagas da instituição nos últimos três anos.

A segunda chamada da Fuvest sairá amanhã. As matrículas dos aprovados devem ser feitas na segunda-feira.