No caminho do Metrô, um achado arqueológico

Jornal da Tarde - São Paulo - Sexta-feira, 13 de agosto de 2004

sex, 13/08/2004 - 10h21 | Do Portal do Governo

Trabalhando nas obras da futura estação Higienópolis da Linha 4, na Rua da Consolação, funcionários encontraram prováveis vestígios de uma antiga construção do século XIX

Gilberto Amendola

O Metrô ajudou, ontem, a escrever mais um pedaço da história da Cidade. Enquanto trabalhavam na esquina da Consolação com a Rua Piauí, nas obras da futura estação Higienópolis (Linha 4 Amarela), operários ‘deram de cara’ com um verdadeiro tesouro arqueológico.

Foram encontrados tijolos, pregos e pedaços de vidro que, possivelmente, pertenceram à residência de um reverendo presbiteriano do final do século 19. A descoberta interessa principalmente à Fundação Mackenzie. O reverendo americano George Chamberlain e outros missionários residiram no local e, posteriormente, doaram o terreno para a instituição.

‘Essa descoberta tem uma importância muito grande. Podemos recontar a nossa história através desses objetos’, afirmou o historiador e pastor presbiteriano Alderi Souza de Matos.

A escavação estava sendo acompanhada por uma arqueóloga, Érika Robrahn, que imediatamente pediu o isolamento do local. Os materiais ainda estão sendo retirados e apenas dentro de algumas semanas será possível comprovar seu valor histórico.

Uma lei federal exige a presença de arqueólogos e outros profissionais em obras de impacto ambiental. ‘Um operário, ou até mesmo um engenheiro, não teria condições de avaliar se os vestígios têm importância histórica ou se são meros entulhos’, afirmou Érika. Para ela, existe até uma possibilidade de que abaixo do que já foi encontrado existam outros elementos, inclusive, de origem indígena. ‘Nós sabemos que antes dos missionários existiam comunidades indígenas por lá’, contou a arqueóloga.

Outra possibilidade, um pouco menos empolgante, é que essa ‘construção’ encontrada ontem faça parte de uma série de residências demolidas para a ampliação da Rua da Consolação, ainda na década de 60. A obra, na verdade a criação de um túnel de acesso que irá passar embaixo da Consolação e servir de acesso ao metrô Higienópolis, vai ficar interrompida até que o material seja retirado.

‘Existem fortes indícios de que essa seja uma descoberta de fato. Toda a ocupação presbiteriana está documentada em livros. Na esquina da Consolação com a Piauí podemos encontrar um pouco da história da Cidade’, comemorou o historiados presbiteriano.

Obras vão interditar ruas nos arredores da USP

Para possibilitar a construção de uma torre de ventilação e saída de emergência nas futuras instalações das estações Butantã e Pinheiros (Linha 4 Amarela), o Metrô irá interditar a partir de amanhã 2 faixas da Avenida Waldemar Ferreira (Zona Oeste), entre as ruas Pirajuçara e Romão Gomes.

A interdição irá acontecer durante 20 meses e atingirá as faixas localizadas junto ao canteiro central.

A Av. Waldemar Ferreira, que dá acesso a Cidade Universitária, conta com 3 faixas em cada sentido.

O motorista que circula pela região deve ficar atento a possíveis complicações no trânsito, principalmente nos horários de pico.

No total, a obra da Linha 4 (Vila Sônia-Estação da Luz) deve terminar apenas em 2008. Serão 12,8 km de túnel e 10 estações construídas.

A torre de ventilação servirá para a manutenção da circulação de ar nos túneis.