BÁRBARA SOUZA
Durante o anúncio da reestruturação da instituição, o governador disse que o velho modelo vai sumir por completo. Hoje serão publicados os editais de licitação para a construção de 25 novas unidades O governador Geraldo Alckmin PSDB pode mudar o nome da Febem. Ele não deixou claro de que forma isso será feito, mas durante a apresentação do novo modelo pedagógico da Febem e das maquetes das 41 unidades que serão construídas no Interior, ele anunciou que pode haver uma mudança.
‘Vamos não só acabar com o complexo do Tatuapé, como também vamos acabar com essa Febem’, disse o governador. ‘As 41 unidades estarão no novo modelo. Nem Febem vai ser mais’, complementou, sem adiantar qual será o novo nome da instituição.
Hoje serão publicados os editais de licitação para a construção de 25 das 41 unidades que dão início à descentralização da Febem.
A intenção do governo é que as regiões que ‘exportam’ adolescentes infratores para a Capital entrem num acordo para a disponibilização de área para a construção dessas unidades.
Novo projeto pedagógico
Ontem foi anunciado também o novo projeto pedagógico da instituição, que vai privilegiar, segundo o governador, a educação formal e a capacitação profissional.
Em 30 dias deve ser aberto o processo licitatório. Depois disso serão mais 20 dias para contestações legais.
‘Em 50 dias começaremos as 25 ao mesmo tempo e em 100 dias poderão estar concluídas. Esperamos nesse período resolver as outras 16’, disse Alckmin.
Antiga promessa do governador Mário Covas – morto em 2001 -, a descentralização encontra resistência de prefeitos e moradores das cidades do Interior.
De acordo com o secretário de Justiça e presidente da Febem, Alexandre de Moraes, a construção das novas unidades respeitará conceitos similares aos utilizados para o planejamento de escolas.
Os prédios, com térreo e dois pavimentos, serão construídos em terrenos de 3 mil metros quadrados e devem custar em torno de R$ 1,7 milhão cada.
Geraldo Alckmin espera concluir a obra até outubro. ‘Essas unidades foram projetadas junto com áreas pedagógicas. Garantem total segurança à sociedade e têm estrutura pedagógica, com salas de aula, salas de ensino profissionalizante’, disse o atual presidente da Febem, Alexandre de Moraes, que deve deixar o cargo até o mês que vem para assumir uma vaga no Conselho Nacional de Justiça, em Brasília.
A educadora Maria Inês Fini, da equipe do ex-ministro da Educação Paulo Renato Souza PSDB, apresentou o plano pedagógico da instituição. Entre as propostas estão aceleração da escolaridade e do ensino profissionalizante.
‘É preciso acompanhar a escolaridade para que a idade cronológica chegue perto da idade do ensino fundamental e do ensino médio’, explicou Moraes.
Segundo Maria Inês, a pareceria com a Fundação Paula Souza será revista para viabilizar a ampliação da oferta de cursos para os internos da instituição.