Mutirão de mamografia reduz fila de espera na rede pública

Correio Popular - Campinas - Segunda-feira, 9 de maio de 2005

seg, 09/05/2005 - 9h25 | Do Portal do Governo

Demanda reprimida faz procura pelo serviço gratuito superar as expectativas

Delma Medeiros
Da Agência Anhangüera

Depois de esperar quase cinco meses, Cosmerita Moreira dos Santos Barbosa, de 42 anos, conseguiu fazer o exame de mamografia solicitado por sua ginecologista. Esta é a segunda vez que ela se submete ao exame. Da primeira vez, esperou por quase um ano entre marcar a mamografia, receber o resultado e marcar consulta para mostrar o exame à medica. “Demorou tanto que ela pediu outro”, contou, frisando que só faria a mamografia no sábado graças ao mutirão realizado pela Secretaria do Estado da Saúde. Assim como Cosmerita, centenas de mulheres fizeram o exame anteontem em Campinas, em sete unidades credenciadas para o serviço, entre instituições públicas e privadas.

Só na Radiologia Clínica de Campinas (RCC), 250 senhas haviam sido distribuídas até às 15h. “Hoje conseguiremos atender essas 250 mulheres. Se chegarem mais, agendaremos o exame para o decorrer da semana”, explicou o médico Gabriel Figueiredo, da RCC. Ele citou que o serviço estava atendendo até mesmo pacientes sem o pedido médico do exame. “A demanda foi maior que o esperado, mas estamos atendendo a todas”, reforçou a médica Eveline Kalaf, frisando que toda a equipe de funcionários prestou trabalho voluntário no sábado para atender as pacientes.

O mutirão de mamografias realizado no sábado pela Secretaria Estadual da Saúde teve por objetivo reduzir ou mesmo zerar a demanda reprimida pelo exame, estimada em mais de 55 mil pacientes em todo o Estado. A expectativa era fazer em torno de 15 mil exames no sábado, de acordo com o coordenador da Direção Regional de Saúde de Campinas (DIR-12), Antônio Carlos Nasi. No Estado todo, 300 serviços, entre públicos e particulares participaram do mutirão. Só em Campinas foram sete serviços: o Hospital e Maternidade Celso Pierro, Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism), RCC, Clínica de Propedeutica Médica, Ecocenter-Campinas (duas unidades), e Radiodiagnose. A estimativa era de realizar no município em torno de 500 exames.

Nasi informou que em alguns locais do Estado, devido ao excesso de demanda, o tempo de espera pelo exame chegava a até seis meses. Para diminuir esta fila e, consequentemente, o tempo de espera, é que foi proposto o mutirão. Na área de abrangência da DIR-12, 27 unidades médicas participaram do evento, oferecendo um mínimo de 1.850 mamografias.

Os resultados dos exames devem ser liberados em dez dias, e as mulheres que tiverem detectada alteração nas mamas serão encaminhadas para os serviços de referência no tratamento. “Este foi o presente de Dia das Mães da Secretaria estadual”, resumiu Nasi.

Jovenir Mariano Correia, 50 anos, também antecipou seu exame graças ao mutirão. “Estava com o pedido do exame há dois meses e ainda não tinha sido marcado. Por sorte, a funcionária do postinho me avisou para vir fazer hoje”, explicou. Já Aparecida de Lima Dias, 52 anos, não tinha solicitação médica para fazer a mamografia, mas soube do mutirão e resolveu aproveitar. “Sei que pelo postinho de saúde sempre demora muito, então vim me garantir”, afirmou.

Hortolândia prorroga até hoje vacinação de idosos

A Secretaria de Saúde de Hortolândia prorroga até hoje a Campanha de Vacinação de Idosos Contra Gripe. A prorrogação ocorre porque ainda não foi alcançada a meta de imunizar 70% dos estimados 10,3 mil habitantes com mais de 60 anos, conforme determinação do Ministério da Saúde. De acordo com dados da Secretaria, até a manhã da última quinta-feira, 5.276 idosos haviam recebido a dose de vacina, o que representa 51,5% do público alvo.

No restante do País, a campanha de vacinação dos idosos terminou na última sexta-feira. Em Hortolândia, as doses de vacina contra a gripe estão disponíveis nas unidades de saúde do Jardim Santa Clara, Rosolen, Novo Ângulo, Vila Real e Jardim Amanda, das 8h às 17h. A coordenadora técnica da Vigilância em Saúde, Viviam Lima Amorim, orienta os idosos a levarem documento de identidade e carteirinha de vacinação até um dos postos de atendimento. “Contamos também com o apoio dos familiares para levar os idosos para tomar a vacina”, disse Viviam. Parentes de idosos com dificuldade de locomoção devem procurar a unidade de saúde mais próxima de casa e agendar a aplicação da vacina em domicílio. Além de imunizar contra a gripe, as unidades oferecem também vacinas contra a difteria e tétano para os idosos com a imunização em atraso, e doses de vacina contra o pneumococo para quem tem indicação devido a problemas respiratórios crônicos. Em Campinas, até o último dia 4, 57% dos idosos haviam sido imunizados contra a gripe.