Folha de S.Paulo
O Museu Paulista da USP, mais conhecido como museu do Ipiranga, na zona sul de São Paulo, recuperou 56 das 889 peças que haviam sido furtadas de seu acervo. Segundo a polícia, dois colecionadores devolveram os objetos -moedas, títulos e cédulas da época do império- após a divulgação do furto, em agosto deste ano.
Os colecionadores disseram ter comprado as peças em maio, no centro de São Paulo e em uma feira de antigüidades. Segundo a polícia, um deles afirmou ter pago R$ 300 por uma série de 16 cédulas na feira da praça Benedito Calixto, em Pinheiros, na zona oeste; o outro disse ter comprado 40 peças por R$ 4.000 na rua 24 de Maio, onde fica a sede da Sociedade Brasileira de Numismática (formada por colecionadores de cédulas).
O furto foi descoberto no dia 6 de agosto, depois que um funcionário achou cédulas do acervo no lixo de um banheiro do museu.
A polícia tenta saber desde quando o furto acontecia -já que os colecionadores disseram ter comprado os objetos em maio. Os policiais suspeitam que funcionários do museu estejam envolvidos.
O delegado Marcio Tosatti disse que, de acordo com a descrição dos colecionadores, a venda dos objetos pode ter sido feita pela mesma pessoa. Segundo Tosatti, não há indícios de que os compradores desconfiassem que o material havia sido furtado do museu.
Descoberta
Os compradores entraram em contato com a polícia no dia 4 de setembro, depois de terem descoberto que as peças haviam sido furtadas do museu do Ipiranga.
O material recolhido, segundo o delegado, não é de grande valor e pode ser encontrado em outros museus. Todas as 889 peças furtadas foram avaliadas inicialmente em quase R$ 566 mil -valor depois revisto para cerca de R$ 100 mil.
A direção do museu disse que suspeitava que outras peças mais caras haviam sido furtadas, mas os artigos foram encontrados no próprio museu em um local diferente de onde deveriam estar.