Musa da internet em delírios adolescentes

O Estado de S.Paulo - Segunda-feira, 28 de abril de 2008

seg, 28/04/2008 - 9h24 | Do Portal do Governo

O Estado de S.Paulo

Naara Carvalho da Silva, de 15 anos, saiu cedinho de sua casa no domingo com a mãe, Isabel Donizete Carvalho, de 52, para assistir a Mallu Magalhães, revelação no cenário indie, descoberta pela internet, mais precisamente no site MySpace. O show estava marcado para as 11 horas – e elas chegaram lá por volta das 8 horas. “Ela é legal demais, é uma inspiração pra mim”, afirmou a garota que tem a mesma idade de Mallu. Naara ouviu pela primeira vez a jovem cantora e compositora, dona do hit Tchubaruba, na MTV, e desde então segue seus passos.

Quase no fim do show, que em todos os aspectos se assemelhava a uma apresentação de colégio, Naara tirou de seu bolso dois papéis com as frases “Mallu, você é demais” e “Quero uma palheta, pliz (sic)”, escritas com canetinhas coloridas.

Assim que o Trio Overcoming, formado por Hélio Flanders (vocalista do Vanguart) e Zé Mazzei (baixista do Forgotten Boys), além da própria Mallu, encerrou a apresentação com Maggie’s Farm, de Bob Dylan, Naara correu para a lateral do palco, com algumas dezenas de outros fãs adolescentes, para pelo menos ver a cantora mais de perto. Doce ilusão: Mallu, como uma autêntica estrela do folk, já tinha picado a mula, sem nem ao menos acenar para o seu cortejo, do qual fazia parte também o pianista recifense Vitor Araújo.

HIP-HOP

Um esquema especial foi montado em torno do Parque D. Pedro, palco dos shows de hip-hop, chamados de História do Tempo Bom. O parque ganhou o reforço de quase cem policiais, que fizeram uma revista minuciosa em cada um dos presentes. “O público agora deve ser de 6 a 7 mil pessoas. E esse número deve aumentar, já que não pára de chegar gente”, disse o tenente Marins, do Comando de Policiamento da Capital, às 17h30, meia hora depois do início da apresentação do Afrika Bambaataa, a última e mais aguardada atração do palco de hip-hop.

Bambaataa botou todo mundo para dançar com remixes sobre Get Up, de James Brown, e Kiss, de Prince, entre muitos outros hits. B-boys e dançarinos de break invadiam vez ou outra o palco para mostrar como é que se dança. Uma loira de cabelos longos, do Sampa Crew, toda paramentada, vestindo minishort e chapéu de aba virada, desagradou. Com gestos obscenos e de gritos “ih! fora” ela não durou muito. Nem Bambaataa que tentou ajudá-la na apresentação nonsense fazendo back vocal convenceu. “Para quem não sabe, o Afrika Bambaataa gosta muito do Sampa Crew.” A moça foi ovacionada por deixar o palco.