Mulheres com mais saúde

Jornal da Tarde - quarta-feira, 8 de março de 2006

qua, 08/03/2006 - 14h14 | Do Portal do Governo

 Maria Iracema Guillaumon Leonardi

A mobilização em torno de 8 de março toma conta do Planeta. Nada mais natural, principalmente num tempo em que as mulheres rompem barreiras, mudam paradigmas e estabelecem novas relações com a sociedade com uma velocidade cada vez mais surpreendente.

Como profissional de saúde, não teria momento mais adequado que a semana do “Dia Internacional da Mulher” para destacar que, também neste setor, as mulheres brasileiras, e de maneira especial as paulistas, têm motivos de sobra para comemorar. Em que pesem, evidentemente, os obstáculos a serem superados.

O avanço da medicina, políticas mais arrojadas e, principalmente, o direito de acesso universal aos serviços de saúde adquiridos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) permitem dizer que as mulheres estão muito mais saudáveis e, conseqüentemente, mais preparadas para enfrentar os desafios que lhes são impostos.

Exemplo contundente dessa realidade é a expectativa de vida das mulheres. No Estado de São Paulo as pessoas do sexo feminino vivem, em média, 8,1 anos mais que as do sexo masculino. A mulher paulista, ao nascer, tem expectativa de 77,2 anos, segundo dados de 2004 da Fundação Seade. Já a esperança de vida do homem em São Paulo é de 69,1 anos.

A queda de 39,8% na taxa de mortalidade infantil nos últimos 10 anos no Estado também é indicativo do acesso das gestantes aos exames de pré-natal na rede de saúde, além de melhorias na assistência ao parto e o incentivo à realização de partos naturais, em detrimento das cesáreas.

São Paulo também pode se orgulhar de cuidar de suas mulheres mais jovens. O número de adolescentes grávidas vem caindo ano a ano. Entre 1998 e 2004 a queda foi de 28% em menores de 20 anos de idade, e de 28,7% na faixa entre 10 e 14 anos.

Um novo modelo de abordagem, que deixa a adolescente expressar seus sentimentos e dúvidas, contemplando aspectos físico, psicológico e social, tem proporcionado resultados alentadores no Estado. Símbolo dessa ótica, a Casa do Adolescente, inaugurada pela Secretaria de Estado da Saúde primeiramente em Pinheiros, Zona Oeste da Capital, em meados da década de 1990, está ganhando novas unidades. Já são seis na cidade de São Paulo e uma em São Vicente. E vem mais por aí.

Na área de controle de doenças, as mulheres paulistas tiveram uma boa notícia logo no início deste ano. O número de casos de rubéola no Estado de São Paulo em 2005 foi o menor registrado na história. A campanha de vacinação em massa promovida pela secretaria em 2001 com mulheres de 15 a 29 anos, além da conscientização das mulheres sobre a importância de levarem seus filhos aos postos de saúde para serem imunizados gratuitamente contra a rubéola, é o principal fator que afastou a doença de São Paulo.

Se o assunto é prevenção, também há muito a dizer. Em 2005, o governo paulista promoveu os maiores mutirões de saúde da história, beneficiando cerca de meio milhão de pessoas com exames, consultas e cirurgias. As mulheres tiveram dois mutirões de mamografia. Cento e vinte mil exames, aproximadamente, foram realizados.

Para mulheres ou casais com problemas de fertilidade, o hospital estadual Pérola Byington anunciou que triplicará, a partir deste ano, o atendimento na área de reprodução assistida, para zerar a fila de 2 mil inscritos nos próximos dois anos e meio. A expectativa para 2006 é atender a 750 casais, três vezes mais do que no ano passado. O Pérola é um dos únicos hospitais brasileiros que oferecem o serviço totalmente gratuito, incluindo medicamentos.

Por fim, vale ressaltar que ainda neste ano o governo paulista promoverá um novo salto de qualidade na atenção à saúde da mulher, com a inauguração do Instituto Doutor Arnaldo, na Zona Oeste da Capital. Sete dos 28 pavimentos e cerca de 280 dos 726 leitos da nova unidade serão destinados exclusivamente às mulheres. Será o mesmo atendimento planejado no início do projeto, mas com mais áreas de benefício. A mulheres, definitivamente, merecem.

Maria Iracema Guillaumon Leonardi é médica e coordenadora de Regiões de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde