Mulher saudável

Jornal da Tarde - São Paulo - Terça-feira, 8 de março de 2005

ter, 08/03/2005 - 12h11 | Do Portal do Governo

Maria Iracema Guillaumon Leonardi

Músicos, poetas, escritores, artistas plásticos, dramaturgos, compositores. Grandes nomes do cenário cultural brasileiro e internacional vêm dedicando incessantes homenagens a mulheres ao longo dos séculos. Motivos não faltam e fontes de inspiração, muito menos.

A grande transformação do papel da mulher, também acompanhada por versos, canções, músicas, livros e telas, ganha cada vez mais velocidade, ano após ano. E as homenagens, mais do que justas, se renovam com especial ênfase no dia 8 de março, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher.

Na área da saúde, os avanços também são expressivos e merecem destaque, sobretudo após a implantação do Sistema Único de São Paulo SUS, há cerca de 15 anos, contribuindo de forma decisiva para ampliar a expectativa de vida das mulheres, hoje na casa dos 75 anos no Estado de São Paulo, além de reduzir os índices de mortalidade materna, por exemplo.

Um dos principais indicadores de saúde ligados à mulher, que demonstra de forma inequívoca a melhoria na assistência ao parto e dos serviços de pré-natal, dentre outras ações, é o índice de mortalidade infantil no Estado, que apresentou redução de 39,8% entre 1995 e 2003 e hoje está na casa de 14,8 óbitos por mil nascidos vivos. Cerca de 200 municípios paulistas têm mortalidade infantil inferior a um dígito, comparável a países de Primeiro Mundo.

A taxa de cesáreas realizadas no Estado também vem caindo. Em 2004, 70% dos partos realizados em São Paulo foram naturais, e 30% por cesariana, o que está dentro dos parâmetros preconizados pelo Ministério da Saúde. A meta da Secretaria de Estado da Saúde é reduzir o índice de cesárias em um ponto porcentual ao ano.

Outro item que merece destaque é o atendimento às adolescentes. O Estado mantém, desde a década de 1990, um modelo integral que contempla os aspectos físico, psicológico e social dos jovens. O trabalho foi bem-sucedido e garantiu redução de 26,4% nos casos de gravidez na adolescência em um período de cinco anos. Em 2003 houve 108.945 mulheres menores de 20 anos grávidas. Já em 1998 foram 148.019.

A queda de gravidez na adolescência tem acontecido em todos os anos. Em 1999 foram 144.362 casos. Em 2000 foram 136.042. Já em 2001 houve 123.714. Em 2002, 116.368.

Na capital as adolescentes têm um serviço especializado, considerado um dos melhores do Brasil. A Casa do Adolescente oferece profissionais de diversas áreas, entre médicos, dentistas, fonoaudiólogos, assistentes sociais, enfermeiros, psicólogos e professores, todos especializados em orientação sexual a jovens. Também há cursos de inglês e espanhol, aulas de dança, cursos de culinária, de artesanato e terapias em grupo. Outro serviço, o Disque-Adolescente (3819-2022), orienta os jovens sobre sexualidade.

A preocupação da secretaria com a saúde da mulher é incessante. Exemplo cabal dessa filosofia é o hospital estadual Pérola Byington, destinado exclusivamente ao atendimento às mulheres. Com cerca de 150 leitos e 30 especialidades médicas, o hospital realiza, mensalmente, 20 mil atendimentos de ambulatório e 600 cirurgias e recebe 3 mil pacientes no pronto-atendimento.

Referência nacional, o Pérola Byington é reconhecido pela implantação de projetos pioneiros, como o tratamento totalmente gratuito de fertilização in vitro, incluindo medicamentos. Trata-se do único hospital público do País que garante esse tipo de tratamento sem nenhum custo para a população, beneficiando por mês cerca de 80 casais com problemas de fertilidade.

No próximo ano, o governo paulista promoverá mais um salto de qualidade na atenção à saúde da mulher, com a inauguração do Instituto Doutor Arnaldo, na zona oeste da Capital, último dos 16 esqueletos de hospitais encontrados pelo governo Covas/Alckmin. Sete dos 24 andares e 280 dos 726 leitos da nova unidade serão destinados exclusivamente às mulheres, para tratamento de doenças infecto-contagiosas, câncer, queimaduras graves, gravidez de alto risco, por exemplo.

Se, por um lado, muito ainda há de ser feito e novos desafios surgem a cada dia, por outro não há dúvidas de que a saúde da mulher vem acompanhando, passo a passo, as conquistas que o dia 8 de março simboliza.

Maria Iracema Guillaumon Leonardi é médica pediatra e coordenadora das Regiões de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo