Jornal da Tarde
Depois de dez anos de discussões, foi dado ontem o primeiro passo para a instalação de chips de identificação eletrônica nos veículos da Capital. Governo estadual e Prefeitura assinaram o convênio para a implementação do Sistema Nacional de Identificação Automática de Veículos(Siniav).
A promessa é de que em março seja feita licitação para definir a empresa responsável pelo serviço. A instalação dos chips, ou tags, começaria em maio. Com isso, São Paulo seria a primeira cidade no Brasil com identificação eletrônica de veículos. Quem rodar com veículo sem o chip pagará multa de R$ 127.
O custo de instalação dos tags virá de um fundo municipal (que está sendo regulamentado), e será alimentado com dinheiro arrecadado com multas. O custo total não foi informado. A instalação e a operação dos chips serão feitas por parceria público-privada (PPP). “Os donos de veículos não terão nenhum custo”, disse o presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Roberto Scaringella.
Segundo o presidente da CET, assim que a PPP for criada, os novos veículos vão sair de fábrica com o chip instalado. Os modelos antigos vão receber o tag gradualmente. “Vamos seguir o calendário anual de licenciamento do Detran.” O chip vai armazenar um número serial, o número da placa, do chassi e o código Renavan. As informações serão lidas sempre que o carro passar por uma das 2,5 mil antenas que serão instaladas na Cidade, e repassadas para uma central.
De acordo com Scaringella, o chip será uma ferramenta eficaz de fiscalização de veículos irregulares (sem licenciamento, com IPVA atrasado, multas não pagas ou com placas clonadas). Até agosto, o Detran tinha 5.835.212 veículos cadastrados. A estimativa é que um terço tenha alguma irregularidade. O chip também vai permitir rastreamento em tempo real de veículos furtados e roubados. Segundo a Secretaria de Segurança, foram registrados 87.375 furtos e roubos no primeiro semestre, contra 95.668 no mesmo período do ano passado. Em média, 40% são recuperados.